Por Heitor Machado (*)
Em pesquisa divulgada em 2012 pelo
Instituto Paulo Montenegro, verificou-se que 38% dos universitários estavam em
situação de analfabetismo funcional. Já em pesquisa divulgada pela Universidade
Católica de Brasília em 2014, apurou que 50% dos universitários se encontravam
nessa situação. O analfabeto funcional é aquela pessoa que sabe ler e escrever,
mas não se encontra em condição de interpretar textos simples, cálculos básicos
ou capacidade de escrita de exposição de argumentos, ou mesmo de uma simples
redação.
Sabe-se que um dos gargalos de
crescimento no país é a carência de mão de obra qualificada, e num esforço para
a resolução desse problema, mais do que dobrou o número de vagas no Ensino
Superior no Brasil nos últimos dez anos. São diversos os motivos dessa alta: a
criação programas de financiamento estatais como Fies e Prouni. No entanto, a
despeito da informação sobre o analfabetismo funcional, continua-se criando
vagas e investindo mais em educação de alto nível.
É bem verdade que ao criar mais notas,
via Banco Central não se cria riqueza alguma, em contra partida cria-se cada
vez mais diplomas para os brasileiros, sem que de fato a produtividade do país
cresça de igual forma. Para exemplificar, se tivermos mais engenheiros
diplomados que compreendam menos os projetos que fazem ou recebem, precisaremos
de mais engenheiros para fazer o trabalho que apenas um muito produtivo faria.
Se quando o governo cria mais papel moeda
sem lastro para pagar dívidas estatais cria-se juntamente à inflação, o que
estaria nascendo quando tivermos mão de obra diplomada que não produz mais por
não ter domínio ao interpretar um texto ou fazer uma operação matemática mais
elaborada? Talvez a resposta seja desemprego qualificado.
A saída está na melhoria efetiva da
educação básica, o desengessamento dos currículos que dariam assim ao mercado
uma gama maior de possibilidades e possibilidade de customização de serviços,
satisfazendo seus consumidores e aumentando as experiências de sucesso. É
estranho que a sala de aula ainda seja muito parecida com a de duas gerações
atrás, mesmo com tantas inovações tecnológicas em todos os outros campos.
(*) Heitor Machado é empreendedor e colunista do Instituto Liberal.
Fonte: Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net. Postado por Jorge Serrão.
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