Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
Ainda jovem, governava o Estado do Ceará, tive a honra e a
oportunidade de conhecer pessoalmente Tancredo Neves, Aureliano Chaves e
Ulysses Guimarães. Como registro histórico, sempre que possível trocávamos
ideias sobre o momento político nacional. Destaco os três, dentre uma plêiade
de pessoas públicas ilustres da época, pois decorridos quase 35 anos, seus
exemplos foram fundamentais para alguns brasileiros. Digo alguns, infelizmente,
não posso dizer muitos. Tancredo era Governador de Minas Gerais; Aureliano,
Vice-Presidente da República e Ulysses, Presidente da Câmara Federal e do
“velho” PMDB, todos com relevantes serviços prestados ao Brasil. Suas ideias
democráticas, há algum tempo, fazem falta ao Brasil. Onde eles estiverem estão
tristes. A desarticulação entre os três Poderes da União, agride, em
determinados momentos, o Art. 2º da Constituição Federal. Ademais, o não
cumprimento, várias vezes, do estabelecido nos Arts. 3º e 5º, deixa a Nação
perplexa. Chego a pensar, em certas ocasiões, que não estamos vivendo, apenas
existindo, com um significativo nível de apatia, o que é lamentável. O século
XXI tem sido cruel para os brasileiros. Ao longo dos anos, em média, as taxas
de crescimento do PIB foram modestas, o desemprego assustador, a renda mal
distribuída, a inflação preocupante, as relações econômicas internacionais se
deterioraram, os erros graves de gestão, a corrupção crescente e sistêmica, os
serviços sociais básicos(saúde, educação e segurança) em decadência, etc.
Diante deste quadro, é importante a criação de uma consciência crítica, bem
como a defesa da nossa Carta Magna, observando-se os princípios
democráticos (Art. 1º).
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do
Ceará.
Fonte: Diário
do Nordeste, Ideias. 5/5/2017.
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