quinta-feira, 26 de abril de 2018

CELEIRO DE TALENTOS

REPRESENTATIVIDADE | Egressos de instituições de ensino cearenses ocupam 44% das vagas do ITA, mais que todos os estudantes do Sudeste
As estatísticas de vestibular do Instituto de Tecnológico de Aeronáutica (ITA), sediado em São Paulo, apontam que pelo menos 61% das vagas foram preenchidas por estudantes que concluíram o Ensino Médio em colégios particulares em 2017.
Esse percentual chegou a 70% em outros anos. Os números não levam em conta estudantes de escola pública que fazem cursinhos particulares para passar na prova. Entre as escolas do Brasil, redes de Fortaleza se destacam pelo sucesso na aprovação dos alunos.

Sobre o assunto

Em anos como 2016, egressos de instituições de ensino cearenses ocuparam 44% das vagas, mais que todos os estudantes da região Sudeste. Mesmo nos anos em que o percentual de aprovados do Ceará é menor, no caso de 2017 (30%), ele ainda fica acima da soma das aprovações das regiões Centro-Oeste, Sul, Norte e os demais estados do Nordeste. O talento para as ciências se mostram cedo, assim como o preparo para os concorridos vestibulares. As olimpíadas de matemática, física e química já são tradição. Neste ano, dos 14 brasileiros que participam de competições internacionais de física, dez são do Ceará.
Há 20 anos no preparo de alunos de cursos de exatas, o professor de matemática e coordenador das turmas ITA/IME do Colégio 7 de Setembro, Max Paiva já atuou no Rio de Janeiro, Pernambuco e Piauí. Para ele, o diferencial do Ceará é que existe uma grande competição entre escolas, fazendo com que elas se esforcem cada vez mais para garantir o sucesso dos estudantes. “Em 2005, nós começamos a preparar os alunos desde o 1º ano do Ensino Médio. Dois anos depois, vimos que a fórmula deu resultado. Logo depois, outras escolas adotaram o sistema”, destaca. Desde então, afirma, já foram mais de 100 alunos já foram aprovados pelo ITA e o Instituto Militar de Engenharia, com sede no Rio.
O diretor-geral do colégio Master, Nazareno Oliveira, conta que, ainda em 1988, o Estado mal aprovava alunos para os vestibulares de institutos no Sudeste. “Fizemos um estudo com as escolas do Sudeste e criamos um modelo próprio ‘made in Ceará’”, brinca. Em seguida, vieram os primeiros resultados e, desde então, o empenho das escolas só cresceu. Oliveira afirma que tenta trazer alguns dos antigos pupilos de volta para ministrar cursos para os que desejam ingressar nos institutos. “Apostamos numa turma reduzida com o maior percentual de aprovação do País”, completa.
Com capacitação de alunos que sempre estudaram na escola, o Christus deu início mais recentemente à empreitada para produzir potenciais engenheiros do ITA e IME.
Estou à frente dessas turmas há quatro anos. Começamos a fazer um trabalho bem mais intensificado, com uma cultura que o aluno comece a fazer esse trabalho e ver a escola como a primeira casa. Ele fica na escola o dia todo, todos os dias. A carga horária é bem grande em relação aos demais cursos”, explica Danúbio Portugal, coordenador-geral das turmas ITA/IME e Núcleo Olímpico da instituição.
Ótimos números
A concorrência acirrada entre as escolas de ensino particular do Estado tem feito com que, cada vez mais, cearenses sejam aprovados nos vestibulares de importantes instituições.
Publicado In: O Povo, Economia, de 15/4/18. p.18.

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