Já faz algum tempo que ocorreu o trágico falecimento do Dr. Ulysses
Guimarães (12.10.1992). Sua memória continua viva para muitos. Na biografia de
Ulysses, a eminência do homem apaga o brilho das circunstancias por maior
coruscantes sejam as luzes destas. Assim, carece de importância o Deputado
Federal, o Ministro da Industria e Comércio, o Presidente da Câmara dos
Deputados, o Presidente da Constituinte ou qualquer outro galardão da glória e
do poder. Seu perfil, analisando suas atitudes e comportamento, mostra a
coerência política, a integridade pessoal, a coragem cívica e a obstinada
tenacidade na construção de um Brasil maior, democrático, onde prevaleçam entre
nós, a justiça, a liberdade, a honestidade, a paz e o amor à Pátria. Lembro-me,
com saudades, do Dr. Ulysses nos anos de 1984 e 1985, trabalhando de forma
pacífica e com espírito público, pela redemocratização do Brasil. Naquela época
tive a honra de governar o Estado do Ceará e participava de reuniões com Aureliano
Chaves, Ulysses Guimarães, Tancredo Neves, Franco Montoro, Marcos Maciel e
tantos outros políticos que representavam o desejo e a esperança do povo
brasileiro. Ulysses e Aureliano eram os dois principais articuladores do
movimento que originou a Aliança Democrática, garantindo a eleição do
inesquecível Tancredo Neves, derrotando o então Deputado Paulo Maluf, para
Presidente da República. O “Senhor
Democracia” sempre gostava de repetir em
nossas reuniões a seguinte frase: “A
corrupção é o cupim da República”. Jamais
deixaremos de lembrar e de homenagear Ulysses. Nossos jovens precisam conhecer
a verdadeira história contemporânea do Brasil, do Nordeste e do Ceará.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do
Ceará.
Fonte: Diário
do Nordeste, Ideias. 13/4/2018.
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