Ética e governabilidade devem
caminhar juntas, buscando uma sociedade politicamente aberta, 'soberana, de
economia forte e justa. Estas questões estão também associadas ao fenômeno da
globalização. Por sua vez, a política é mutável ou dinâmica, já a moral é permanente.
O importante é compatibilizar a política e a moral dentro de bases éticas que
respeitem a liberdade, a democracia, a estrutura legal e a justiça social. Vale
lembrar Bacon: "Como é estranho
ambicionar o poder e perder a liberdade". Ademais, ressalte-se, alcançaremos a verdadeira
governabilidade mediante o atendimento das reais necessidades e carências do
povo e não fazendo concessões e acordos que possam prejudicá-lo. A rigor, é
difícil imaginar soluções para os problemas de uma sociedade. Enquanto as
pessoas não tiverem consciência crítica e visão de mudanças, ela não evolui.
Por outro lado, a coerência programática e de ideias, abrangendo indicadores
políticos, administrativos, econômicos e sociais, nos leva ao caminho da
justiça e da liberdade. A atividade estatal deve buscar o bem comum e não a
vantagem de uma minoria ou de alguns que estão temporariamente no governo. O
embate e os jogos dos contrários constituem a essência dos sistemas
democráticos, respeitando-se os princípios éticos e morais, bem como
evitando-se emboscadas e conluios. É claro que a situação hodiernamente ainda é
muito grave, porém a desejada harmonia e independência dos poderes
constituídos, a liberdade de imprensa, a autoestima e a consciência dos
direitos e obrigações das pessoas, são pontos básicos para a consolidação da
democracia e, em consequência, a certeza de uma melhor qualidade de vida.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do
Ceará.
Fonte: Diário
do Nordeste, Ideias. 6/4/2018.
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