Por Irna Cavalcante,
jornalista de O Povo
Da elaboração do Fundo
Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) ao programa Ceará 2050, mais
recente, o economista Cláudio Ferreira Lima, que faleceu ontem em Fortaleza,
participou dos principais projetos estruturantes do Estado nos últimos 40 anos.
Foi enquanto assessor da
Bancada do Nordeste, enviado a Brasília pelo Banco do Nordeste (BNB), que atuou
de forma decisiva para a aprovação do FNE na Constituinte. Hoje este é um dos
principais instrumentos de financiamento da Política Nacional de
Desenvolvimento Regional. “Ele sabia
dialogar e construir como poucos a aplicação das ideias que defendia”, afirma a professora da Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE), Tânia Bacelar.
Quando secretário de
planejamento do governo Tasso Jereissati (PSDB), Cláudio formatou as bases do
Projeto São José que leva abastecimento de água e saneamento rural para
diversos municípios. E ajudou a conseguir recursos para o Porto do Pecém,
duplicação do acesso à Fortaleza e às obras do Castanhão, conta o atual
secretário do Planejamento e Gestão do Estado, Maia Júnior, que naquela época
era titular da pasta de Transportes, Energia, Comunicações e Obras (Seteco).
Na Federação das
Indústrias do Ceará (Fiec), atuou como consultor de diversos projetos, dentre
estes, o Integra Brasil. Foi assessor econômico da Câmara de Dirigentes
Lojistas (CDL) e membro fundador do Pacto de Cooperação. Escreveu dois livros:
“A Construção do Ceará: Temas de História Econômica” e “Gestão Compartilhada: o
Pacto do Ceará”. “Foi um grande benfeitor do
pensamento”, afirma o presidente da Fiec,
Beto Studart.
Na gestão Camilo Santana
(PT), foi secretário-adjunto da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) e
depois assessor especial do Ceará 2050. “Cláudio
deu uma grande contribuição não só como planejador. Dedicou uma vida para a
ideia de desenvolvimento econômico e social do Estado”, afirma o jornalista Fábio Campos.
Empenho que se dava mesmo
em suas horas livres. O economista Raimundo Padilha conta que há oito anos eles
se reuniam com regularidade para debater o futuro do Estado. “Sem qualquer conotação político-partidária. Era para
discutir um Ceará melhor”.
Sobre o assunto
“Ele era uma peça importante na construção da ideia de que
o Ceará é parte da solução para o Brasil"
(Carlos Prado, Membro do Conselho de Política Econômica da
CNI).
“Cláudio foi um grande defensor das causas do Nordeste e
peça-chave para termos hoje o FNE" (Romildo Rolim, Presidente do BNB).
Fonte: O Povo, de
1/7/2018. Opinião. p.8.
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