Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
Smith, homem de meia idade, boa aparência, possuidor de recursos
econômicos herdados do genitor, graduado – com dificuldade – em Ciências
Sociais era extremamente vaidoso. Apesar de casado, procurava ter
relacionamentos com moças bonitas e, enganando-as, fazer viagens românticas.
Não se dedicava ao trabalho, vivendo ou “vegetando” de rendas auferidas sem
esforço. A rigor, mau caráter, pois sua vida era dominada por sentimentos
oriundos da vaidade, tais como, a inveja, a calúnia, o ódio, a ambição, o
orgulho, dentre outros. Por não possuir um interior sadio e consistente, não se
importava com o mundo exterior. Coitado do Smith! Não percebia que a vaidade de
hoje é a ilusão da grandeza que se transformará em sofrimento amanhã. Pois bem,
como sempre, vivendo de aventuras irresponsáveis, procurou o seu “melhor amigo”
para pedir uma opinião. Desejava se candidatar a um cargo no Legislativo
Federal e gostaria de saber de Pedro Luiz se era uma boa ideia. Ao ouvir a
pergunta, o “pseudo-amigo” ficou perplexo. No entanto, Pedro Luiz teve um
momento de lucidez e desaconselhou o visionário e egoísta Smith. Foi mais além,
indagando-lhe a razão do seu desejo. Respondeu Smith: Na vida consigo tudo o
que quero e “ficaria feliz”, quando falecer, ter meu nome imortalizado numa
avenida, numa praça, numa rua, ou até mesmo num município. Pobre Smith!
Observando-se trechos do poema “Ilusão da
Vida” de Francisco Otaviano, pode-se dizer:
Smith você “passou pela vida em branca nuvem”; “foi espectro de
homem”; “só
passou pela vida, não viveu”. É importante
saber que a humildade é o caminho para se encontrar a verdade e a felicidade.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do
Ceará.
Fonte: Diário
do Nordeste, Ideias. 6/7/2018.
Nenhum comentário:
Postar um comentário