Por
Rev. Munguba Jr. (*)
Nos últimos
anos recebemos, pelos meios de comunicação, notícias de pessoas que devolveram
dinheiro - e muito dinheiro - aos cofres públicos. O mais interessante é que
essas pessoas foram inocentadas pela justiça. Como devolvem milhões e milhões
de reais e, mesmo assim, são inocentes? Será que são filantropos? Corações
bondosos? Pense comigo. Todo roubo é terrível e execrável. Mesmo que esse
dinheiro fosse revertido para a criação de empresas, empregos e ações proativas
para geração do crescimento econômico, o ato cometido continuaria sendo errado.
Mas a maior dor é saber que a maioria dos recursos desviados nunca será
utilizada. Funcionam como uma segurança doentia, guardados em paraísos fiscais
ou escondidos em apartamentos mofados.
Cada centavo
desviado significa morte de brasileiros de bem. Morte na ausência de hospitais,
UTIs e políticas públicas na prevenção de doenças; morte nas estradas
inacabadas e sem manutenção; morte no boicote indouto a tudo que se chama
progresso.
No nosso Nordeste,
a falta de respiradores ocasionou mortes durante a pandemia. Aparelhos
encomendados a empresas que trabalham em ramos bem diferentes do que chamamos
saúde foram apenas encomendados e nunca entregues. Uma empresa de "muita
sorte", em sua segunda nota fiscal, faturou milhões e milhões de reais.
Ora, se a
justiça brasileira recebeu de volta tanto dinheiro de "inocentes",
imagine o volume de dinheiro subtraído da nossa nação. Como é triste ler na
música Reunião de Bacana, de Ari do Cavaco: "Se gritar 'pega ladrão', não
fica um, meu irmão". Um certo galileu, ativista político, vendeu seu
melhor amigo por 30 moedas de prata. Depois percebeu que, mesmo tendo
"bons motivos", a morte tinha sido implantada. A dor do seu coração o
levou a um sentimento de culpa que culminou em suicídio. As moedas foram
devolvidas, mas a vida já tinha sido ceifada.
Oro para que
nossos compatriotas tenham tempo hábil para reconhecer seus erros.
Todos podem
errar e devolver tudo aos cofres públicos e realinhar sua vida em prol da vida
de todos. No caso do galileu traído e morto, ele ressuscitou, está vivo hoje e
traz vida para todos que o recebem. Mas nossos queridos que partiram só os
encontraremos no céu.
(*) Pastor Munguba Jr. Embaixador Cristão da Coreia do
Sul Para a Implantação da Oração da Madrugada e Erradicação da Pobreza no
Brasil.
Fonte: O Povo, 20/11/2021. Opinião. p.20.
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