Por Fabiana Arrais (*)
As primeiras
semanas do mês de fevereiro criam expectativas nos bolsos dos consumidores
caririenses assíduos, assim como eu, das feiras livres e agroecológicas
promovidas pela agricultura familiar. Tal sentimento está relacionado
aos dias chuvosos e a perspectiva que a curto prazo os preços das hortaliças
(alface, cebolinha, espinafre, rúcula, salsa, pepino, abobrinha, chuchu, batata
doce, rabanete, feijão, vagem, entre tantos outros) possam reduzir.
De acordo com os
dados registrados pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos
(Funceme) nos primeiros dias de fevereiro as chuvas no Ceará
concentraram-se na Região Metropolitana do Cariri, em que nos dias (07- 08 e
09) ocorreram os maiores volumes pluviométricos nas cidades de Aurora (120 mm),
Barbalha (109 mm), Missão Velha (104 mm), Milagres (85 mm), Juazeiro do Norte
(58 mm), Caririaçu (55 mm) e Brejo Santo (32 mm).
Que relação há
entre o clima e o preço? Para compreendermos essa relação é importante
lembrarmos que o clima do final do ano de 2023 promoveu um aumento no índice
inflacionário da cesta de alimentos, que segundo o IBGE (2023) foi de 0,53%
no mês de dezembro. E isso ocorreu devido ao movimento sazonal (sol intenso e
chuvas de verão) em que algumas regiões reduziram a produção de frutas, legumes
e tubérculos, ocasionando uma escassez no mercado, ao mesmo tempo em que os
preços subiram a fim de estancar os prejuízos.
A quadra
invernosa para os produtores agrícolas é uma relação diretamente
proporcional aos produtos que encontraremos na feira, pois para que a produção
atenda a demanda do mercado é ideal que as precipitações de chuvas sejam
adequadas. A escassez de chuvas na serra (Chapada do Araripe) dificulta a vida
econômica desses agricultores familiares, que com a produção em baixa não
conseguem mais ofertar seus produtos pelo mesmo preço.
As oscilações
dos preços dos "produtos de roça" foram significativas para o
nosso bolso. Merecem destaques o aumento dos preços das hortaliças (adição no
valor final entre R$ 1,20 a R$ 2,50 por porção em sacola), o milho verde
(sacola com cinco espigas de milho por R$ 7,00, anteriormente era vendida a R$
5,00 reais), e o feijão verde (sacola com 500g que em meados de dezembro
custava R$ 5,00 reais, passou a custar R$ 8,00 reais).
Consequentemente,
a mudança climática na região é um excelente sinal para a economia, pois
uma parte considerável da população caririense tem a atividade agrícola como
meio de sustento, fato esse que impacta as cadeias produtivas que permitem com
esses produtos cheguem até a nossa mesa.
(*) Economista.
Fonte: O Povo, de 16/02/24. Opinião. p.19.
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