Por Pe.
Reginaldo
Manzotti (*)
Estamos próximos da principal celebração do ano litúrgico,
também a mais antiga e importante festa cristã: a Páscoa da Ressurreição do
Senhor Jesus Cristo. Esta solenidade é precedida da Semana Santa, que recorda
os últimos acontecimentos da vida de Jesus desde Sua entrada triunfal em
Jerusalém, até Sua Ressurreição.
Esta semana inclui o Domingo de Ramos, em que celebramos a
chegada de Jesus em Jerusalém aclamado pelo povo como o Messias e recebido com
ramos de palmeiras. Nesse dia, os fiéis levam as folhas da planta para a
igreja, que são abençoadas. Este é um sinal de esperança, vitória e vida em
Cristo. Segundo a tradição, os ramos bentos devem ser colocados nas casas dos
fiéis como um gesto de fé e como uma proteção contra os males e perigos.
Posteriormente, são queimados nas igrejas e suas cinzas impostas na testa dos
fiéis na Quarta-feira de Cinzas do ano seguinte.
A Quinta-feira Santa é a celebração pela criação da Eucaristia
na Última Ceia, quando Jesus partiu o pão e o deu aos Seus Discípulos. Neste
momento disse: "'Isto é o meu corpo, que é entregue por vós. Fazei isto em
memória de mim'. Do mesmo modo, depois da ceia, tomou também o cálice, dizendo:
'Este cálice é a nova aliança em meu sangue. Todas as vezes que dele beberdes,
fazei isto em memória de mim'. Assim, todas as vezes que comeis deste pão e
bebeis deste cálice, proclamais a morte do Senhor, até que ele venha" (1Cor
11,24-25). Esta passagem também está presente nos Evangelhos de Mt 26,26- 29;
Mc 14,22-25; e Lc 22,14-20.
Na Quinta-feira Santa, também se recorda o gesto de Jesus ao
lavar os pés dos Discípulos. O Evangelista João quis ressaltar o significado do
rito do lava-pés como uma expressão concreta da Eucaristia, que é o sacramento
do amor e do serviço de Jesus à humanidade (cf. Jo 13,1-15).
A Sexta-feira Santa é dedicada a celebrar a Paixão e a Morte de
Jesus na Cruz, como o sacrifício supremo de amor por nós. Neste dia, não há
Missas e, às três horas da tarde - horário em que Jesus morreu -, realiza-se a
celebração da Paixão do Senhor, que inclui a leitura da narrativa da
Crucificação, a Adoração da Cruz e a Comunhão Eucarística.
Já o Sábado Santo é caracterizado pelo silêncio e espera da
Ressurreição de Jesus. À noite, acontece a Vigília Pascal, mãe de todas as
vigílias, segundo Santo Agostinho. A celebração consiste em quatro partes: a
Liturgia da Luz, a Liturgia da Palavra, a Liturgia Batismal e a Liturgia Eucarística.
Por fim, o Domingo de Páscoa se configura como o dia da alegria e da vitória de
Jesus sobre a morte. Os fiéis celebram a Ressurreição de Cristo, que apareceu
aos Seus Discípulos e lhes deu a paz e o Espírito Santo.
A Páscoa ainda tem alguns símbolos e tradições populares, que
variam de acordo com a cultura de cada país ou região. Alguns dos símbolos mais
comuns são:
• O ovo de Páscoa: representa a vida nova que surge do Sepulcro.
Simboliza a fertilidade e a abundância.
• O coelho da Páscoa: representa a fecundidade e a esperança.
Associado à vida nova, porque o animal se reproduz rapidamente e em grande
quantidade.
• O cordeiro: significa Jesus, o Cordeiro de Deus, que Se
ofereceu em sacrifício pela salvação do mundo. Recorda o cordeiro que judeus
sacrificavam na Páscoa judaica e marcavam com sangue as portas das casas para
livrá-los da morte.
• O pão e o vinho: são o Corpo e o Sangue de Jesus, entregue na
Cruz e que Ele nos oferece na Eucaristia. Ainda caracterizam a refeição que Ele
fez com Seus Discípulos na Última Ceia.
• Cruz: representa o instrumento da morte de Jesus e o sinal da
Sua vitória sobre o pecado e a morte. É o símbolo mais antigo e universal do
cristianismo. Expressa fé na Ressurreição e salvação que Jesus nos trouxe. É um
convite a seguir Jesus e carregar nossa cruz de cada dia.
A Páscoa da Ressurreição do Senhor é, portanto, o fundamento e o
sentido da nossa vida cristã. Ela nos chama a viver como pessoas ressuscitadas,
que testemunham a fé, a esperança e o amor no mundo. Nos convida a celebrar e
agradecer a Deus pelo Seu dom maior: Jesus Cristo. Vivamos com fé e piedade a
Semana Santa, o Tríduo Pascal e nos rejubilemos na Ressurreição do Senhor.
Feliz Páscoa!
(*) Fundador e presidente da
Associação Evangelizar é Preciso e pároco reitor do Santuário Nossa Senhora de
Guadalupe, em Curitiba (PR).
Fonte: O Povo, de 23/03/2024. Opinião. p.18.
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