Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
De início gostaríamos
de pedir desculpas aos leitores e leitoras deste texto por usar como título uma
palavra chula e grosseira. No entanto, estaríamos sendo extremamente tolerantes
e injustos se usássemos “basta”, “mal feitos”, “desvio de conduta”, “equívoco”
etc. Na realidade o que vem acontecendo no Brasil, nos últimos anos, sem
generalizar, é uma desorganização significativa na sociedade civil, na
academia, nas atividades empresariais e trabalhistas, nos três Poderes
Constituídos, etc. O Brasil é um País viável em todos os aspectos e a população
brasileira, em sua grande maioria, é de índole boa e não merece tamanha
humilhação, bem como a falta de perspectiva. Acreditamos que a busca pelo poder
e não pelo governo, assim como a substituição dos planos de ação, táticos e
estratégicos, pelos mecanismos do falso “marketing” político contribuíram para
enfraquecer a nossa juvenil democracia e, consequentemente, o Estado
brasileiro. Ademais, o radicalismo tem influenciado de forma negativa as
alterações de comportamento e de organização social. Crises várias decorrem de
movimentos radicais e tendenciosos que não procuram soluções, mas modelos
inadequados do ponto de vista socioeconômico, jurídico e político. O Estado
brasileiro existe não para ser opressor, corrupto ou injusto, mas para
assegurar os princípios básicos da democracia. Precisamos alcançar as verdades
essenciais, com consciência crítica, tendo por objetivo os valores éticos e
morais indicadores de um contexto onde prevaleçam a liberdade a justiça e a
igualdade de oportunidades, conforme o Estado Democrático de Direito previsto
na nossa Carta Magna.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do
Ceará.
Fonte: Diário
do Nordeste, Ideias. 26/5/2017.
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