Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
Aqueles que assumem um cargo na vida pública pensando em fazer
negócios, desenvolver tráfico de influências, tirar incentivos ou financiamentos
de órgãos estatais, dentre outras atitudes, não possuem sensibilidade política
e muito menos moral, são dominados por forças da corrupção. Não são democratas.
Como disse François Maurice: "O ideal democrático ensina como um povo
livre pode tornar-se forte, e um povo forte permanecer justo". Por outro lado, a coerência
programática e de ideias, abrangendo indicadores políticos, administrativos,
econômicos e sociais, leva-nos ao caminho da justiça e da liberdade, sem
opressão física ou moral, mas com capacidade de entendimento ético-jurídico. O
objetivo da atividade estatal deve ser o bem comum e não a vantagem de uma
minoria ou de alguns que estão temporariamente no governo. As democracias não
podem ser ameaçadas pelas estratégias de emboscadas e conluios, bem como por
atitudes aéticas e amorais, muito comuns em regimes fragilizados pela baixa
institucionalização de sua vida política. Norberto Bobbio, defensor da
democracia, dos direitos individuais e da lei, ao analisar o “liberal-socialismo", destaca ideias compatíveis com a
liberdade, a igualdade de oportunidades e a justiça social. Um país precisa de
caminhos pavimentados pela crença e pela largueza de propósitos, observando-se,
acima de tudo, os verdadeiros interesses da população. Para tanto, é fundamental
que, principalmente, a classe política tenha um comportamento compatível com a
ética, a transparência e com o espírito público.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do
Ceará.
Fonte: Diário
do Nordeste, Ideias. 19/5/2017.
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