Nos últimos dias 8 e 9
do corrente mês, tive a oportunidade de visitar a XVIII Bienal Internacional do
Livro no Rio de Janeiro. Realizou-se no amplo Rio Centro. Chegando no local, no
primeiro dia, fiquei emocionado e alegre. A fila de entrada era muito extensa e
formada na grande maioria por crianças, jovens e adolescentes. Apesar da minha
idade, mas em respeito e homenagem aos integrantes, fiz questão de enfrentar,
sob um sol forte, a ordem estabelecida. Após aproximadamente uma hora entrei no
enorme pavilhão. Mesmo cansado, fui a vários setores e observei muitos “stands”. Livros diversos: poemas, romances,
técnicos, religiosos, infanto-juvenis etc. No dia seguinte retornei para
espiar, exclusivamente, as obras destinadas às crianças e aos jovens. Notei que
a frequência, de um dia para o outro, do público infanto-juvenil havia aumentado.
Cresceu, mais ainda, minha felicidade e emoção. Os meninos e meninas do Brasil
estão iniciando um processo de emancipação cidadã, através da leitura.
Sentei-me em frente a um “stand”
de livros infanto-juvenis. Ao lado, uma moça com carrinho vendia picolés para a
garotada. Pois bem, a meninada passava indiferente pelo carrinho e entrava no “stand”. Muitos compravam livros e só depois
adquiriam os saborosos picolés. Atitude, a meu juízo, que traz esperança. A boa
leitura poderá acabar no futuro, talvez numa geração (25 anos), com os desvios
de conduta e a corrupção endêmica existentes em vários segmentos da população
brasileira. Sem dúvida, é na educação e na cultura que se encontra o único
caminho para o desenvolvimento democrático, pleno e justo.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do
Ceará.
Fonte: Diário
do Nordeste, Ideias. 22/9/2017.
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