quinta-feira, 2 de novembro de 2017

POR QUE ESTUDAR A VIDA DOS SANTOS?

Por Vicente de P. Maia S. Lima (*)
Quem são os santos e os candidatos ao altar? Pelos relatos da Bíblia, dos contemporâneos, arquivos das grandes bibliotecas, testemunhos e escritos próprios e até pela tradição oral, passada por gerações, os santos foram pessoas de diversas condições sociais que, com seus exemplos de vida, destacaram-se em seu meio pela fé em Jesus Cristo e por seguir seu Evangelho. Foram perseguidos, torturados e martirizados por sua pregação destemida ou porque não negaram sua fé. Largaram tudo para dedicarem-se aos pobres, crianças e idosos desvalidos e todos, pelos milagres a eles atribuídos.
Cabe, então, outra pergunta. O que é um milagre? Para os católicos, o milagre é um fato extraordinário para o qual não existe explicação científica e se realiza como um ato de ação direta de Deus, de Jesus Cristo ou por intercessão de Nossa Senhora ou dos santos. A Igreja é rigorosa para admitir um milagre e a canonização de uma pessoa, que, para ser considerada santa, terá de passar por longo e exigente processo com, pelo menos, dois milagres oficialmente reconhecidos.
Estudar a vida dos santos é, portanto, divulgar sua história e seus feitos, buscar inspiração e crescimento interior em seus exemplos de desapego material, de espiritualidade, de amor ao próximo e a Deus. É procurar, na imitação de seus atos, fortalecer-se para os duros embates da vida, em um mundo consumista, hedonista, materialista e descrente.
Com esse objetivo, criou-se em 8/12/2004, por iniciativa dos advogados José Luís Lira, Matusahila Santiago e Gizela Nunes da Costa, a Academia Brasileira de Hagiologia (Abrhagi), única no País e quiçá no mundo e que foi instalada em 11/2/2005. Objetiva estudar os santos, os candidatos ao altar, os movimentos messiânicos e as cousas sagradas. É constituída por 40 cadeiras, cada uma tendo um santo ou candidato ao altar como patrono, sendo 20 ocupadas por acadêmicos do Ceará, para garantir seu funcionamento e 20 por sócios dos outros Estados, para dar-lhe o caráter nacional. O ingresso dá-se por concorrência pública. Em breve será lançado nas mídias sociais um edital para ocupação das cadeiras vagas. A Abrhagi não busca o reconhecimento pessoal dos acadêmicos, mas unicamente a exaltação dos patronos de suas cadeiras e dos demais santos e candidatos ao altar.
(*) Presidente da Academia Brasileira de Hagiologia (Abrhagi).
Fonte: O Povo, de 13/10/2017. Opinião. p.10.

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