Por Magda Almeida (*)
Para evitar a pressão assistencial que a rápida
disseminação da Covid pode causar precisamos de barreiras.
Estas barreiras vão desde comportamentos individuais
para prevenção da infecção pelo Sars-Cov2, até medidas que dependem
de ações do sistema de saúde, sendo a vacinação a mais importante até o
momento.
Assim como o isolamento social, a
imunidade de rebanho advinda da vacinação só poderá ocorrer com adesão da
população.
As vacinas reduzem a chance de ficarmos doentes, a
chance de precisar de hospitalização e a chance de morrer pela
doença, mas para isso é preciso que seja feito o esquema vacinal completo com
duas doses.
Todos os estudos de eficácia das vacinas disponíveis
no Brasil para combater a Covid-19 mostraram a imunização completa
somente alguns dias depois da segunda dose.
Estudo realizado na Universidade do Chile, onde a
vacina CoronaVac também é a vacina mais aplicada (90%), identificou
que uma única aplicação da vacina fornece proteção de apenas 3%.
Essa mesma proteção sobe para 56,5% duas semanas
após a segunda dose.
É importante atentar-se para os diferentes
intervalos, de 21 a 28 dias para Coronavac, e três meses para AstraZeneca.
Porém, quem perdeu o prazo estabelecido no cartão de vacinação, deve procurar
seu município para completar seu esquema vacinal.
Aqueles que tiveram Covid recentemente,
foram orientados a esperar pelo menos 30 dias após os sintomas para receber a
vacina. Não é necessário reiniciar a vacinação quando há atraso na segunda
dose.
A busca ativa dos municípios pelos faltosos e a
realização de mutirões para "repescagem" também oportunizam que as
pessoas completem seu esquema vacinal.
Todos que tomaram a primeira dose das
vacinas Coronavac e AstraZeneca devem comparecer aos centros de
vacinação para a segunda aplicação com o seu cartão de vacinação e, assim,
garantir a completa eficácia desses dois imunizantes, reduzindo a cadeia de
transmissão no Ceará.
Para proteção da Covid, a vacinação tem que ser
inteira, não pela metade.
(*) Médica. Secretária de Regulação
e Vigilância da SESA. Professora da UFC.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 1/05/2021. Opinião. p.20.
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