Por Henrique Soárez (*)
As
aulas presenciais do Ensino Médio foram autorizadas novamente
após 452 dias de espera. Tempo demais, uma vez que os alunos do 9º ano do
Ensino Fundamental foram autorizados a retornar em 20/09/2020 e depois em
24/04/2021.
As
bases científicas que determinaram a suspensão das aulas de
alunos de 9º ano são idênticas àquelas aplicáveis aos alunos do Ensino Médio.
Mas uns foram privados de aulas presenciais por 200 dias a mais que outros.
Nenhum critério factual foi invocado para justificar tal distinção.
Há
outras inconsistências nos decretos de restrições sociais: as
cantinas escolares, por exemplo, foram autorizadas em 15/05/2021 enquanto os
bares e restaurantes operam desde junho/2020. Observamos durante a pandemia que
as restrições vêm mais facilmente do que vão.
Quando
voltamos o olhar para o Ensino Superior notamos que estas aulas não são epidemiologicamente distintas
de eventos corporativos com menos de 50 participantes. Contam ainda com o
público constante (mesmo grupo de alunos em todos os encontros) e acontecerão
sob os mesmos protocolos já aprimorados nas escolas. Estão autorizadas as aulas
práticas.
É
notório que o ensino digital é mais eficiente neste segmento, superando, em
alguns aspectos o ensino presencial. Mas as proibições tolhem a
inovação: cerceiam o direito de instituições de ensino e alunos encontrarem
juntos a melhor combinação de trabalhos digitais e presenciais.
Somente
uma fração das modalidades avaliativas, por exemplo, funciona bem
digitalmente. Quando o Estado precisa intervir, deve fazê-lo de forma simples e
suficiente para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos
direitos dos administrados.
Enquanto
não sabemos se a 3ª onda virá é oportuno criar e divulgar para
a sociedade regras objetivas para o funcionamento das escolas.
Qual
o índice de transmissão comunitária que impede as aulas
presenciais? A partir de qual ocupação dos leitos de UTIs é possível retomar as
atividades?
Após
18 meses de pandemia já é possível antecipar a natureza dos
próximos eventos. É chegada a hora de oferecer previsibilidade aos cidadãos.
(*)
Engenheiro eletricista, diretor do Colégio
7 de Setembro e da Uni7
Fonte: Publicado In: O Povo, de 17/6/21. Opinião, p.20.
Nenhum comentário:
Postar um comentário