Anete Flix Laurentino
Pois
me acreditem que já está batizada assim a filhinha do casal amigo Milton e
Neneca Casimiro. Inteligente, ela! Há quem chame a piveta de Flixinha!
E
vamos ao noticiário de hoje!
Vida
de galinha não é canja
O
amigo Inácio Carvalho conta mais essa. É do Zé Albino, desses doidim que toda
cidade tem. Catava comida no lixo. Tudo pra ele "é pudim!", inclusive
a 'sobremesa cremosa, à base de chocolate e frutas, preparada com leite, leite
condensado e ovos, cozida em banho-maria na calda do açúcar queimado'.
Certo
dia ele passou com uma galinha morta debaixo do braço e foi abordado pelo então
prefeito, que disse em tom de semi-brincadeira:
-
Vai comer galinha hoje, né Zé?
A
resposta, claro, foi pei-bufo:
-
Não, seu prefeito! Quem come é o galo. Essa tá morta!
Mas,
dizem, Zé Albino, quando "normal do juízo, era tomadorzin de cerveja. Toda
noite saía de casa 'prifumado' e caía no samba. Sem nunca levar a mulher a
tiracolo. Até que um dia a patroa reclamou do egoísmo do marido. Zé Albino se
toca e diz que vai levá-la pra esbórnia.
Os
dois caem na noitada alegre. Ela só não contava com o pique dele, pulando de
bar em bar pela cidade. Lá pelo fim da farra, já mais de quinze locais
visitados, a mulher reconhece:
-
Zé Albino, meu nego, é muito pique! Não sei como tu agüenta andar em tanto
lugar!
-
Ossos do ofício, ossos do ofício...
-
Toda vez que tu sai é assim, de bar em bar, a noite toda, Zé?
Albino,
feito vítima, cara de pau como só ele...
-
Pois é, Janete! Pra você ver como minha vida não é fácil!
Te cuida, Beviláqua!!!
Companheiro
Antônio Luiz na aula de Direito Penal. Professor pergunta à classe como se dá o
nome da pessoa que matou o pai e a mãe. Antônio, que acabara de ler a matéria
com o colega Cláudio Bala, levanta o braço e dispara:
-
Órfão!!!
Santo óleo
Meio
dia em ponto e Quinca Soldado começa cerrar as portas da bodega. Bebinhos já se
foram. Ainda há tempo da secretária de dona Nazaré (moça velha aposentada, cega
de guia) pedir um 'vridro' de óleo de peroba.
Nazaré
é devota de Santo Antônio e tem dele uma estátua de madeira de 8 quilos. A
"estauta" tá carecendo dum brilho. Quem vai fazer isso é essa
empregada, que acha melhor lustrar a peça de madeira no quintal, tem mais luz.
No
que a menina tira a pesada estátua da cômoda, deixa no exato lugar o vidro de
óleo de peroba. Nazaré, é hora de peditório, ajoelha-se, benze-se e empurra o
pau a rezar... Diante do vidro de óleo de peroba!!!
-
Glorioso Santo Antônio, eu me sinto chamada pro casamento. Por isto, me ajuda a
encontrar um namorado bom, amável, sério e sincero...
Fonte: O POVO, de 1/4/2021. Coluna “Crônicas”, de Tarcísio Matos. p.2.
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