Por Carlos Roberto Martins Rodrigues
Sobrinho (Doutor Cabeto) (*)
A oportunidade de
exercer um cargo público é um desafio, principalmente diante de momentos
conflituosos, suscetíveis a idiossincrasias e violência. Cônscio da
responsabilidade de médico e de "ser" político, diante das aflições
humanas e de suas complexas relações sociais, estabelecemos
parâmetros técnico-científicos e de conformidade ética.
Assim, a plataforma de modernização da
Saúde do Ceará, apresentada à sociedade em setembro de 2019, trata,
especificamente, do ato milenar de cuidar com sensibilidade, ou seja, com
apreço à vida e à solidariedade.
As diretrizes do programa versam sobre a ampliação
dos acessos à saúde com qualidade e equidade entre as cinco regiões de saúde
(Norte, Leste, Central, Cariri e Fortaleza) e ao desenvolvimento da
economia da
saúde com atração e retenção de talentos, além de
empresas de alto porte tecnológico.
Para tal, lançaremos, nos próximos dias, um concurso público para os
hospitais estaduais, disponibilizaremos ainda em 2021 centros de oncologia,
cardiologia e neurologia em todos os 4 hospitais regionais e a implantação de
três distritos de inovação em saúde (Quixeramobim, Eusébio e Porangabussu).
Da mesma forma, o Ceará já garantiu uma política
prioritária de saúde quando aumentou o repasse do ICMS para os municípios de 3%
para 15%, vinculados ao desempenho da saúde (Programa Cuidar Melhor), implantou
a regionalização da saúde em lei aprovada em setembro de 2019, que aumenta o
repasse de recursos para regiões com menor IDH, instituiu a Fundação de
Saúde do Ceará e Agência de Regulação da Qualidade da Saúde pública e privada
(primeira da América Latina). Na área da inovação, criou o IntegraSUS, uma
plataforma de dados e transparência repetidamente reconhecida como a mais
transparente ferramenta de dados de saúde na pandemia.
O início da construção do primeiro Hospital
Universitário Estadual, com 660 leitos, dentro do campus da Universidade
Estadual do Ceará, demonstra, objetivamente, a valorização do conhecimento e da
ciência como principal método de transformação social.
Tudo realizado em tempos exíguos devido
à catástrofe sanitária da Covid 19. Nesse aspecto, destacamos ações
coordenadas entre os vários setores do sistema de saúde público e privado, que
rendeu reconhecimento em publicação internacional na revista Science em abril
de 2021.
Dessa forma, trabalhamos, incessantemente, com
milhares de profissionais, nesse movimento disruptivo para garantir uma
política de Estado e não de governo, de forma discreta, sem
proselitismo ou demagogia.
(*) Médico. Professor da UFC. Secretário Estadual
de Saúde do Ceará.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 28/5/21. Opinião, p.21.
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