Por Vladimir Spinelli Chagas (*)
Em
1978, Gonzaga Mota,
recém-empossado Chefe do Departamento de Assessoria do BNB, recebeu o convite
de Virgílio Távora para coordenar a equipe de elaboração do seu plano de
governo.
Gonzaga
então escolheu e conduziu com inteligência uma equipe de proeminentes nomes do
Ceará, resultando um dos mais brilhantes planos de que se tem notícia, cujos
estudos diagnósticos e proposições ainda hoje estão presentes no nosso cenário,
mercê também, reconheça-se, da visão de Virgílio
Távora sobre nosso Estado.
A
tessitura do texto final do Plameg II levou Gonzaga ao cargo
de Secretário de Planejamento do Ceará, de onde, saindo para se candidatar a
uma deputação federal findou por se tornar o governador seguinte.
No
governo, Gonzaga Mota mostrou-se não apenas um economista competente, mas
um homem afeito às boas maneiras, um político diferenciado e um democrata
extremamente convicto.
São
muitos os exemplos de ações suas no desempenho da função de governador,
que caberão na História do Ceará.
Aqui
me cumpre destacar o que considero o seu mais importante papel como homem
público. Com sua verve de um verdadeiro democrata, Gonzaga colocou-se como um
dos principais interlocutores de Aureliano Chaves, a partir daí vindo a
constituir, com Tancredo Neves, Ulisses Guimarães e Marco Maciel,
esses lamentavelmente já falecidos, o time de elite responsável pelo processo
de redemocratização do país, iniciado com a eleição dos então governadores, mas
que se mostrava ainda muito frágil.
O
Ceará e o Brasil, em muitos momentos e em vários e diferenciados locais,
aplaudiram Gonzaga Mota por essa demonstração de amor ao País
e à Democracia.
Lamentavelmente,
no entanto, em momento seguinte sofreu campanha de descrédito da
sua participação, mas continuou, como continua, nessa defesa permanente.
Aqui
tributo a minha gratidão, o meu reconhecimento e a minha profunda admiração e
respeito por esse cidadão que honrou e honra os fundamentos da nossa República
e do Estado Democrático de Direito. Obrigado, Gonzaga Mota.
A história há
de ressaltar o seu papel e reparar, mesmo que tardiamente, as injustiças
sofridas.
(*) Professor
da Uece, membro da Academia Cearense de Administração (Acad) e conselheiro do
CRA-CE.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 21/6/21. Opinião, p.20.
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