Por
Vladimir Spinelli Chagas (*)
Dentre os serviços prestados pela Santa Casa, em que pese todas as
dificuldades que vem enfrentando, um se ressalta por seu elevado valor, para
os pacientes oncológicos que sofrem de dor advinda da enfermidade.
Criado em novembro de 2019, inicialmente para os pacientes da
própria Santa Casa, foi ampliado para aqueles atendidos por outras
instituições, tendo em vista a amplitude percebida.
Uma equipe multidisciplinar, abrangendo áreas como
anestesiologia/médico da dor, farmácia, fisioterapia, psicologia e enfermagem,
promove uma assistência integral e humanizada aos pacientes e familiares,
nas dimensões física, psíquica e social.
Os procedimentos realizados envolvem desde a ministração
de medicamentos para controle da dor, até bloqueios anestésicos, para
aquelas de mais difícil controle, e ainda exames como tomografias e
ressonâncias magnéticas para auxiliar no diagnóstico e encontrar a melhor
solução.
Os pacientes são acompanhados de forma contínua, de acordo com suas
necessidades, inclusive por teleatendimento, quando necessário e possível,
já se contabilizando mais de 600 pessoas atendidas.
Ressalte-se que o projeto inicial foi financiado com recursos do
Ministério da Saúde no período de 2019-20, mas, pela importância percebida, a
própria Santa Casa passou a arcar com os custos, para não descontinuar tal
benefício, especialmente em se tratando de pessoas assistidas pelo SUS.
Hoje, estamos aguardando a liberação de recursos estaduais para
aprimorar o programa e desenvolvendo um novo projeto para ampliar o atendimento
a todas essas pessoas que sofrem dores que, muitas vezes, as impedem
de exercer suas atividades e até as de familiares.
Há relatos de pacientes que demonstram o alcance da medida. Por
exemplo, um deles, residente no interior do Estado, fez questão de vir
comemorar o seu aniversário com a equipe do Ambulatório da Dor,
inclusive trazendo um bolo nas mãos. Outra, fez questão de gravar um vídeo em
que dançava em casa, com seu animalzinho e os filhos, ambos reconhecendo de
forma afetiva os cuidados recebidos.
Este é o espírito da Santa Casa, desde 1861 salvando
vidas.
(*) Professor aposentado
da Uece, membro da Academia Cearense de Administração (Acad) e conselheiro do
CRA-CE.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 22/05/23. Opinião, p.18.
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