domingo, 17 de novembro de 2024

TEMPO DE DIÁLOGO E FRATERNIDADE

Por Pe. Eugênio Pacelli SJ (*)

O mês das missões, celebrado em outubro, é um momento especial para a Igreja Católica, voltado à reflexão e à ação missionária. Em 2024, o tema escolhido é "Corações ardentes, pés a caminho", inspirado na passagem de Lucas 24:32, na qual os discípulos de Emaús, após encontrarem Jesus ressuscitado, afirmam: "Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho?".

O tema convida os fiéis a reavivar a chama do amor e da fé e a levar adiante a sua missão evangelizadora. De acordo com o Papa Francisco, o mês missionário é um chamado urgente à renovação da Igreja em sua essência missionária. Em sua mensagem sobre o evento, o Papa ratifica que "toda a Igreja é missionária" e que cada cristão é chamado a ser um "discípulo missionário", levando o Evangelho às periferias do mundo, especialmente aos marginalizados e esquecidos.

Ele destaca que a missão não é apenas um ato de pregar, mas de testemunhar, através de gestos concretos de amor e compaixão. A missão, conforme a visão papal, é a resposta ao mandato de Jesus no Evangelho de Mateus: "Ide, pois, e fazei discípulos de todas as nações" (Mt 28,19).

O Papa destaca que essa missão é mais necessária do que nunca em um mundo que enfrenta crises humanitárias, guerras e desigualdades crescentes. A missão deve ser entendida como um chamado a transformar o mundo à luz do Evangelho, promovendo paz, justiça, irmandade e solidariedade.

O Evangelho também reforça a centralidade das missões na fé cristã. Em Marcos 16:15, Jesus ordena: "Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura." Este versículo resume o impulso missionário da Igreja, que busca levar a Palavra de Deus a todos, sem distinção.

A importância do mês das missões para a Igreja Católica vai além da evangelização em si; ele também é um tempo de profunda renovação espiritual e comunitária. A missão é vista como uma oportunidade de sair de si mesmo, de ir ao encontro do outro e de construir pontes de diálogo e fraternidade.

No contexto atual, em que a humanidade enfrenta tantos desafios, o chamado missionário é mais pertinente do que nunca, pois é um convite a reavivar a esperança e a caridade no coração do mundo.

O mês das missões em 2024, portanto, propõe um compromisso renovado dos fiéis em testemunhar Cristo em suas vidas, com "corações ardentes" e "pés a caminho", levando a todos a boa nova da salvação, em palavras e ações.

(*) Sacerdote jesuíta e mestre em Teologia. Escritor. Diretor do Mosteiro dos Jesuítas de Baturité e do Polo Santo Inácio. Fundador do Movimento Amare.

Fonte: O Povo, de 19/10/2024. Opinião. p.18.


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