Por Pe. Eugênio
Pacelli SJ
(*)
O mês das missões, celebrado em outubro, é um momento especial
para a Igreja Católica, voltado à reflexão e à ação missionária. Em 2024, o
tema escolhido é "Corações ardentes, pés a caminho", inspirado na
passagem de Lucas 24:32, na qual os discípulos de Emaús, após encontrarem Jesus
ressuscitado, afirmam: "Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos
falava pelo caminho?".
O tema convida os fiéis a reavivar a chama do amor e da fé e a
levar adiante a sua missão evangelizadora. De acordo com o Papa Francisco, o
mês missionário é um chamado urgente à renovação da Igreja em sua essência
missionária. Em sua mensagem sobre o evento, o Papa ratifica que "toda a
Igreja é missionária" e que cada cristão é chamado a ser um
"discípulo missionário", levando o Evangelho às periferias do mundo,
especialmente aos marginalizados e esquecidos.
Ele destaca que a missão não é apenas um ato de pregar, mas de
testemunhar, através de gestos concretos de amor e compaixão. A missão,
conforme a visão papal, é a resposta ao mandato de Jesus no Evangelho de
Mateus: "Ide, pois, e fazei discípulos de todas as nações" (Mt
28,19).
O Papa destaca que essa missão é mais necessária do que nunca em
um mundo que enfrenta crises humanitárias, guerras e desigualdades crescentes.
A missão deve ser entendida como um chamado a transformar o mundo à luz do
Evangelho, promovendo paz, justiça, irmandade e solidariedade.
O Evangelho também reforça a centralidade das missões na fé cristã.
Em Marcos 16:15, Jesus ordena: "Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho
a toda criatura." Este versículo resume o impulso missionário da Igreja,
que busca levar a Palavra de Deus a todos, sem distinção.
A importância do mês das missões para a Igreja Católica vai além
da evangelização em si; ele também é um tempo de profunda renovação espiritual
e comunitária. A missão é vista como uma oportunidade de sair de si mesmo, de
ir ao encontro do outro e de construir pontes de diálogo e fraternidade.
No contexto atual, em que a humanidade enfrenta tantos desafios,
o chamado missionário é mais pertinente do que nunca, pois é um convite a
reavivar a esperança e a caridade no coração do mundo.
O mês das missões em 2024, portanto, propõe um compromisso
renovado dos fiéis em testemunhar Cristo em suas vidas, com "corações
ardentes" e "pés a caminho", levando a todos a boa nova da
salvação, em palavras e ações.
(*) Sacerdote
jesuíta e mestre em Teologia. Escritor. Diretor do Mosteiro dos Jesuítas de
Baturité e do Polo Santo Inácio. Fundador do Movimento Amare.
Fonte: O Povo, de 19/10/2024.
Opinião. p.18.
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