quarta-feira, 23 de março de 2022

ARBOVIROSES, UMA LUTA DE TODOS!

Por Nélio Morais (*)

As arboviroses são motivo de grande preocupação para a saúde pública em todo o mundo. No contexto epidemiológico brasileiro, os arbovírus causadores da dengue, chikungunya e zika são os de maior circulação, produzindo várias epidemias urbanas já documentadas.

A circulação concomitante destes vírus produziu mudanças no cenário epidemiológico das arboviroses transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, ampliando e tornando mais complexo os desafios para a vigilância e o controle dessas arboviroses, em particular, nos grandes centros urbanos.

No período de 2013 a 2019, o Brasil enfrentou o momento mais crítico do cenário epidemiológico da dengue, quando foram registradas as maiores e mais frequentes epidemias de toda a série histórica desde a reintrodução em 1986, destacando 2013, 2015, 2016 e 2019 com os piores cenários epidemiológicos do país. Já em Fortaleza, não foi observado nenhum processo instalado de grandes epidemias entre 2013 e 2021.

A redução significativa de casos em Fortaleza foi uma demonstração de intervenções responsáveis, trilhadas com princípios técnicos e motivadores para o alcance de uma gestão por resultados.

Atualmente, estamos com o desafio da reintrodução do sorotipo DENV2, por isso estamos atuando na Operação Inverno. As atividades, iniciadas em 2021, seguem até fevereiro de 2022. Nesta iniciativa temos a execução de intervenções especiais para busca focal todas amparadas pelo Comitê Intersetorial Municipal de Controle de Arboviroses. Cerca de 50 bairros estão sendo contemplados, beneficiando aproximadamente 490 mil imóveis, que concentram 70% dos casos de Dengue na cidade.

No 4° LIRA a de 2021 foi constatado que dos 49.679 imóveis inspecionados, 541 apresentaram focos do mosquito, colocando o município na estratificação de alerta.

Então, para que Fortaleza alcance o décimo ano consecutivo sem epidemia de dengue, é necessário, então, que haja a continuidade da integração entre a gestão da saúde municipal e a população, pois somente o fortalecimento destas duas instâncias, cada um fazendo sua parte, é que venceremos essa importante batalha.

(*) Médico veterinário. Coordenador da Vigilância em Saúde de Fortaleza.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 25/01/2022. Opinião. p.16.

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