Por Pe. Eugênio
Pacelli SJ
(*)
A
pós-modernidade desafia a Igreja a fazer chegar a mensagem de Jesus ao mundo. A
mensagem Dele é atemporal. Como atualizar sua mensagem ao mundo? Primeiro é
conhecer o cenário das juventudes. Estamos inseridos na "era da
informação", dos algoritmos, da incerteza, das mudanças e
celeridade"; etc. Convivemos com a geração Y ou Millennials, geração Z,
geração Alfa, que compreende os nascidos a partir de 2010, com o controle da
informação, linguagem própria; integram diferentes redes sociais, com
seguidores virtuais.
Mergulhados
nessa realidade possuem seguidores, mas são solitários. Estamos formando
gerações abastadas de informação, mas solitárias, ansiosas, com medos e
incompletudes, deprimidos e inseguros. Curtem seus "conhecidos
virtuais", dialogam com os de fora, e silenciam com os de dentro, gerando
vazio e poucos laços e relações sólidas. O excesso de uso das mídias digitais
tem aumentado a infelicidade a níveis inimagináveis. Temos pessoas frágeis, sem
raízes e asas.
Mas, nem tudo
está perdido. Acreditamos que podemos construir pressupostos que podem servir
de suporte para a transformação da realidade dessa geração. O que podemos fazer
para que os jovens tenham dias felizes e saudáveis numa sociedade ansiosa e
depressiva? Sob a luz dos ensinamentos de Santo Inácio de Loyola, o enfoque
está na construção do projeto de felicidade que dá sentido à vida, educando no autoconhecimento,
no saber e competências relacionais. Uma evangelização que engloba corpo,
pensamento, sentimentos e movimentos interiores. A Interioridade não se reduz
ao intimismo, mas abre à relação com o outro, despertando empatia e partilha.
A orientação é
a formação de jovens conscientes e compassivos uns para com os outros. Jovem
que desenvolve sua liberdade para viver e decidir com responsabilidade.
Disposto a superar-se, desenvolver habilidades intelectuais, emocionais e a
serviço dos outros. Reconhece o outro em sua dignidade. Comprometido com a
transformação da humanidade e com o cuidado da "casa comum". Assim,
teremos pessoas inteiras, profetas da vida, de Deus, da felicidade.
(*)
Sacerdote jesuíta e mestre em Teologia. Diretor do
Seminário Apostólico de Baturité.
Fonte: O Povo, de 7/05/2022. Opinião. p.18.
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