Por Pe. Reginaldo Manzotti (*)
Meditando sobre a Visitação de Maria, nós nunca podemos deixar
esmorecer dentro de nós essa dimensão da visitação, do anúncio, da procura, de
ir atrás, de se por a caminho
No último dia do mês mariano
celebramos a significativa festa da Visitação de Maria. Ela que, depois de
receber do Anjo a saudação e a grande missão de ser a Mãe do Salvador, ouviu
também dele a notícia de que a sua prima Isabel, que era estéril, alcançou de
Deus a graça de ser mãe na velhice, e estava gravida, no sexto mês.
Diz o Evangelho que Maria, alguns
dias depois, partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a
uma cidade da Judeia (Lc 1,39). Isso quer dizer que ela não ficou acomodada em
casa, preparando o enxoval ou de braços cruzados fazendo “corpo mole”, pensando
apenas em si mesma ou preocupada com o que viria pela frente, mas anda
apressadamente, mais ou menos 150 Km, pelas regiões montanhosas para visitar
Isabel.
Meditando sobre esse gesto, nós
nunca podemos deixar esmorecer dentro de nós essa dimensão da visitação, do
anúncio, da procura, de ir atrás, de se pôr a caminho. Isso é missão da Igreja,
é nossa missão.
A Visitação de Maria
No momento do encontro, assim que
Isabel escutou a abençoada voz de Maria, João pula de alegria no ventre de sua
mãe, revelando assim a presença do Messias no ventre da Virgem. Isabel ficou
cheia do Espírito Santo e a chama de bendita entre as mulheres. Maria não nega
os benefícios de Deus e abre os lábios para entoar o canto mais lindo que
podemos encontrar na Bíblia, o Magnificat.
Maria diz: “Minha alma engrandece
ao Senhor, exulta meu Espírito em Deus, meu Salvador” (Lc 1,46). Vejam: o
espírito de Maria se alegra em Deus, então se nós queremos essa alegria, se nós
temos essa missão, se nós queremos viver como Nossa Senhora, cingidos na
oração, só tem um lugar em que podemos nos alegrar, em Nosso Senhor.
E Maria continua: “Porque olhou
para a humildade de sua serva, eis que agora as gerações hão de chamar-me de
bendita” (Lc 1,48). Eis o segredo para que Deus olhe para nós: humildade.
Humildade e obediência
Se tem algo que temos que
aprender de Nossa Senhora é humildade e obediência. É o que nos faz perceber
que não somos merecedores de nada, que tudo que somos e temos vem de Deus.
Por isso, temos que pedir e
aprender de Nossa Senhora a virtude da humildade que santifica. Quem não é
humilde não reconhece e se fecha para Deus. Quem não é humilde não reconhece
que o Poderoso fez e faz grandes coisas a nosso favor. Tenhamos esse
reconhecimento, olhemos para a nossa vida e perceberemos quem fomos e quem
somos hoje.
Se chegamos até aqui é pela graça
de Deus, que foi paciencioso conosco, foi misericordioso, bondoso, perdoador.
Caso contrário, ninguém estaria em pé hoje. Porque Deus derruba o trono dos
poderosos e eleva os humildes, enche de bens os famintos e despede os ricos sem
nada.
(*) Fundador e presidente da
Associação Evangelizar é Preciso e pároco reitor do Santuário Nossa Senhora de
Guadalupe, em Curitiba (PR).
Fonte: O Povo, de 21/05/2022. Opinião. p.14.
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