Por Tales de Sá
Cavalcante (*)
Em 2
de outubro próximo, políticos serão escolhidos pelos brasileiros.
Todos nós seremos iguais perante as urnas, sem distinção de qualquer natureza.
Muito se observa, em dia de votação, um interiorano do nosso Nordeste indagar a
um amigo se ele já cometeu o seu sufrágio, e a resposta, no caso deste ainda
por votar, ser: "Até agora, não perdi meu prestígio".
De
fato, é deveras influente quem contribui à seleção para presidente, governador
e parlamentares, com os últimos não sendo distritais porque nunca a mudança foi
plebiscitada, o que também acontece com a possibilidade de adoção do Parlamentarismo em
tempos atuais.
Emergiu
de uma das mentes mais criativas da história da publicidade brasileira a
citação que se segue: "Eu só dou palpite em duas circunstâncias: quando
pedem minha opinião ou se eu tiver pensado em algo realmente muito bom para
dizer." Não sei se pela sua primeira alternativa, pela segunda ou por
ambas, Washington Olivetto afirmou: "Não faço propaganda
para políticos porque não divulgo algo que é entregue diferente do que foi
prometido". Ainda bem que nem todo homem público assim é. Muitos são
bem-intencionados e, a depender de nossas escolhas, poderão tornar-se maioria.
No
próximo pleito, ideal é que o votante opte por um político não pelo seu
discurso, senão pelo seu interior, pois, vezes várias, suas propostas não são
autênticas. Sugiro ao leitor a criação de um turno seu, só seu, antes das eleições
oficiais, quando você constituiria mentalmente dois grupos com os doze
prováveis presidenciáveis: um conjunto com postulantes de tendências
democráticas e outro, oposto ao primeiro, com desejos autocráticos. Em seguida,
se faria a pergunta: sou favorável à democracia, como nos EUA e Brasil, ou a um
regime totalitário com pouca alternância de poder, como em Cuba, Rússia ou
China, onde a força vale mais do que o voto? Definida a sua opção, a sua
oposição a um dos times o eliminaria, e, por sincronia, seria escalada a sua
equipe, de onde sairia o seu candidato. Talvez assim se faça uma
escolha tão lógica quanto justa, e sua consciência agradeceria.
(*)
Reitor do FB UNI e Dir. Superintendente
da Org. Educ. Farias Brito. Membro da Academia Cearense de Letras.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 30/06/22. Opinião, p.22.
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