Por Dárcio Ítalo
Alves Teixeira (*)
Diante
da crise sanitária deflagrada pela Covid-19, causada pelo vírus
SARS-CoV-2, vimos como a pesquisa científica foi importante para resolver esse
problema mundial. A participação dos cientistas e das suas pesquisas foram
fundamentais para a produção de vacinas e de testes em tempo recorde, além de
garantir a segurança e orientar a população de forma correta atuando na
prevenção da Covid-19.
A
pandemia foi um exemplo mais visível do que a ciência faz cotidianamente em
prol da sociedade. Aliado ao Sistema Único de Saúde (SUS), os
pesquisadores conseguiram diminuir os altos índices de positividade da
Covid-19. Porém, apesar de ser reconhecido internacionalmente pela sua importância,
o SUS vem sofrendo cortes. Além disso, ficou claro para a população a falta de
coordenação da pandemia pelo Governo Federal, causando um retardo no início da
vacinação.
A
divulgação da pandemia pela grande mídia trouxe, para população em geral, um fascínio
pelo conhecimento de vacinas. Apesar disso, o financiamento a pesquisa
caiu drasticamente no período de dez anos. Dados da SBPC (Sociedade Brasileira
para o Progresso da Ciência) mostram que a Capes (Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e o CNPq (Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico) perderam aproximadamente 51% do
orçamento para financiar pesquisa nos últimos 10 anos.
No
Brasil, a pesquisa científica é realizada, principalmente, nas
universidades públicas, pelos estudantes e professores de pós-graduação
financiados com bolsas dessas agências de fomento. A redução atingiu
principalmente essas bolsas, que são fundamentais para que os pesquisadores
possam se manter durante o desenvolvimento das pesquisas.
Apesar
da diminuição no financiamento, a produção científica não foi reduzida durante
a pandemia da Covid-19, e várias universidades demonstraram que as
publicações científicas continuam sendo realizadas como nos anos anteriores.
Dados
da Unesco mostram que o mundo está fazendo um esforço e aumentando o
financiamento às pesquisas, principalmente após o surgimento do
SARS-CoV-2. Precisamos seguir nesse mesmo horizonte para que tenhamos mais
doutores e demais pesquisadores formados fazendo pesquisas para o desenvolvimento
tecnológico no nosso país.
(*) Vice-reitor da Universidade Estadual do Ceará (Uece).
Fonte: Publicado In: O Povo, de 13/08/22. Opinião, p.17.
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