José Parsifal
Barroso veio ao mundo em 5 de julho de 1913, na cidade de Fortaleza-CE, tendo
como pais Hermínio Barroso e Emília Cunha Barroso. Seus estudos superiores
levaram-no ao bacharelato em Ciências Jurídicas e Sociais, pela Faculdade de
Direito do Ceará. Eleito deputado classista à Assembléia Legislativa do Ceará,
em 1936, permaneceu na Assembléia até o advento do Estado Novo, passando, a
partir de então, passou a laborar na advocacia e no magistério, até porque reunia
Parsifal guardava, no íntimo, características próprias de um militante na
justiça e de um docente muito afeito à prática da educação, como condição
essencial da valorização humana.
Após Getúlio
Vargas ter sido deposto, em 1945, Parsifal Barroso conseguiu se eleger deputado
constituinte pelo Ceará, na legenda do Partido Social Democrático (PSD). A
política ganhou um peso maior em sua vida, tanto que, em 1949, passou a
dedicar-se inteiramente à essa carreira, deixando de lado o magistério. Eleito
deputado federal pelo PSD do Ceará, em 1950, acabou por substituir sua cadeira
na Assembléia Legislativa no Ceará, por outra na Câmara dos Deputados.
Com a troca de
legenda, do PSD para o PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), elegeu-se, em
1954, senador da República pelo Ceará, assumindo a cadeira no Senado, após
concluído o mandato de deputado federal, em 1955. Ele se afastou do Senado por
dois anos e meio, para servir ao governo do Presidente da República Juscelino
Kubitschek, como ministro do Trabalho, Indústria e Comércio.
O propósito
que tinha de concorrer ao governo do Ceará, levou-o, em 1958, a se desligar do
ministério, retornando ao Senado para continuar o seu mandato. Em outubro desse
mesmo ano, foi eleito governador do Ceará, sendo empossado no governo cearense,
em 25 de março de 1959, após encerrado o seu mandato no Senado.
A despeito de
Parsifal Barroso, no seu governo, ter focado, com mais precisão, a questão da
infraestrutura, ele reservou parte da sua atenção para um dos problemas
fundamentais da população cearense, no caso a educação. A política educacional
do estado, coincidente com a segunda metade do seu mandato, foi centrada na
construção de algumas escolas de nível médio, e na implantação de duas
faculdades: a de Administração e a de Veterinária, ambas integradas à UECE,
desde que essa universidade foi criada.
Um fato
interessante no Governo de Parsifal Barroso no estado do Ceará, é que ele foi
exercido sob três presidências da República: de Juscelino Kubitschek, Jânio
Quadros e João Goulart. Com a ascensão dos militares ao poder, em 1964,
Parsifal Barroso decidiu retirar-se das funções públicas, muito embora tenha
voltado à política, em 1970, como deputado federal pelo Ceará.
Observava-se,
na figura de Parsifal Barroso, a junção duas vertentes – a do político e a do
educador, ambas concorrendo para o desenvolvimento do Ceará, em uma época
marcada pelos movimentos que antecederam a instalação da ditadura militar no
Brasil.
Em 1977,
renunciou ao mandato de deputado federal, em razão da sua nomeação para ocupar
o cargo de ministro-conselheiro do Tribunal de Contas do Distrito Federal,
tendo sido alçado ao posto de presidente desse tribunal, em 1979.
Como homem
ligado às letras e às atividades corporativistas, foi redator do jornal O
Estado, de Fortaleza, sócio do Sindicato de Jornalistas Profissionais (RJ)
e membro da Associação Cearense de Imprensa.
O falecimento
de Parsifal Barroso ocorreu em Fortaleza, em 21 de abril de 1986, quando ainda
não tinha completado 73 anos de vida.
Prof. Dr. Marcelo Gurgel Carlos
da Silva
Da Academia Cearense de Medicina e
da Academia Brasileira de Médicos Escritores
* Publicado In: Ceará em
Brasília, 24 (248): 6, fevereiro de 2013. (Jornal da Casa do Ceará em
Brasília).
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