Conta-se que, na Faculdade de Medicina da
UFC, no limiar dos anos setenta, um acadêmico fez uma revisão bibliográfica
sobre as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), a fim de servir como tarefa
para a Nota de Trabalho Individual (NTI) da Disciplina de Medicina Social,
ministrada no segundo ano do curso, obtendo com ela um bom conceito, nessa
avaliação.
Contente com o resultado, e ciente da
potencialidade do tema, comum a diferentes matérias, o aluno aproveitou a sua
revisão, com a devida substituição da capa, para servir de NTI, de semestre a
semestre, até ingressar no Internato, nas diversas disciplinas, como:
Bioagentes Patogênicos, Iniciação ao Exame Clínico, Clínica Médica, Doenças
Infecciosas, Dermatologia, Ginecologia, Urologia etc. Em alguns casos, no
entanto, foi necessário fazer alguns cortes do trabalho original, ajustando-o
ao escopo da disciplina da vez.
É bem verdade que o assunto tratado faz
interfaces com diversos campos ou especialidades médicas, mas a esperteza nunca
foi descoberta, porquanto, à época, as turmas já eram numerosas, repletas de
alunos transferidos, o que demandava esforços tremendos da Coordenação do
Curso, para oferecer matrículas e créditos suficientes a tantos discentes. Além
disso, não havia diálogo dos regentes das disciplinas vinculadas a distintos
departamentos acadêmicos, e nenhum colega quis “entregar” o sabido.
Desconhece-se, hoje, se esse médico tenha
também abraçado a Venereologia, como campo de atuação profissional.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Da Sobrames-CE e da ABRAMES
* Publicado In:
SOBRAMES – CEARÁ. Letras que curam. Fortaleza: Sobrames-CE/Expressão, 2013.
328p. p.222-3.
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