Por Weiber Xavier (*)
Embora
chamada de vitamina, na realidade trata-se de um pré-hormônio que juntamente
com o paratormônio atuam como reguladores do metabolismo ósseo e do cálcio. A
vitamina D pode ser obtida a partir de alimentos como peixes (salmão, cavala),
suplementos ou através da pele durante a exposição ao sol (15 a 30 min) que é a
principal fonte. A função da vitamina D é, principalmente, ajudar a absorção de
cálcio e fósforo no intestino delgado. A vitamina D, juntamente com a ingestão
do cálcio, têm importante ação para a prevenção da perda óssea e a formação de
esqueletos fortes. A deficiência de vitamina D pode levar ao raquitismo em
crianças e fadiga, dor óssea, fraqueza muscular e osteomalácia em adultos.
Não
há recomendação da medição da vitamina D para a população em geral, mas em
algumas situações clínicas como em portadores de osteoporose, obesos, idosos,
história de quedas ou fraturas, cirurgia bariátrica e síndrome de má absorção.
Situações de limitação da exposição solar como a que vivenciamos durante o
enclausuramento nesta pandemia e fotoproteção podem potencialmente causar
deficiência de vitamina D. Não há também evidência de suplementação
generalizada de vitamina D para a população e sim naqueles indivíduos com risco
para deficiência.
A
prática de exercícios ao ar livre e residir em uma cidade litorânea e
ensolarada como Fortaleza parecem favorecer níveis elevados de vitamina D, mas
é prudente estar atento ao risco de câncer de pele devido à radiação solar.
Embora exista grande interesse e pesquisa de efeitos extraesqueléticos da
vitamina D como no tratamento do diabetes, câncer, doenças cardiovasculares,
função cognitiva e inclusive na Covid não é possível comprovar uma relação
causa-efeito.
Alguns
estudos sugerem que a vitamina D pode aprimorar a resposta imune, mas não
existem evidências robustas que a suplementação de vitamina D ajude a prevenir
ou tratar a infeção pela Covid-19. Há uma pandemia não somente de Covid-19, mas
de triagem excessiva para deficiência de vitamina D e tratamento desnecessário
em indivíduos que estão perfeitamente sadios.
(*) Médico
e professor de Medicina da UniChristus.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 21/7/2020. Opinião. p.14.
Nenhum comentário:
Postar um comentário