quarta-feira, 2 de setembro de 2020

VITAMINA D

Por Weiber Xavier (*)

Embora chamada de vitamina, na realidade trata-se de um pré-hormônio que juntamente com o paratormônio atuam como reguladores do metabolismo ósseo e do cálcio. A vitamina D pode ser obtida a partir de alimentos como peixes (salmão, cavala), suplementos ou através da pele durante a exposição ao sol (15 a 30 min) que é a principal fonte. A função da vitamina D é, principalmente, ajudar a absorção de cálcio e fósforo no intestino delgado. A vitamina D, juntamente com a ingestão do cálcio, têm importante ação para a prevenção da perda óssea e a formação de esqueletos fortes. A deficiência de vitamina D pode levar ao raquitismo em crianças e fadiga, dor óssea, fraqueza muscular e osteomalácia em adultos.

Não há recomendação da medição da vitamina D para a população em geral, mas em algumas situações clínicas como em portadores de osteoporose, obesos, idosos, história de quedas ou fraturas, cirurgia bariátrica e síndrome de má absorção. Situações de limitação da exposição solar como a que vivenciamos durante o enclausuramento nesta pandemia e fotoproteção podem potencialmente causar deficiência de vitamina D. Não há também evidência de suplementação generalizada de vitamina D para a população e sim naqueles indivíduos com risco para deficiência.

A prática de exercícios ao ar livre e residir em uma cidade litorânea e ensolarada como Fortaleza parecem favorecer níveis elevados de vitamina D, mas é prudente estar atento ao risco de câncer de pele devido à radiação solar. Embora exista grande interesse e pesquisa de efeitos extraesqueléticos da vitamina D como no tratamento do diabetes, câncer, doenças cardiovasculares, função cognitiva e inclusive na Covid não é possível comprovar uma relação causa-efeito.

Alguns estudos sugerem que a vitamina D pode aprimorar a resposta imune, mas não existem evidências robustas que a suplementação de vitamina D ajude a prevenir ou tratar a infeção pela Covid-19. Há uma pandemia não somente de Covid-19, mas de triagem excessiva para deficiência de vitamina D e tratamento desnecessário em indivíduos que estão perfeitamente sadios. 

(*) Médico e professor de Medicina da UniChristus.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 21/7/2020. Opinião. p.14.

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