Por Lauro Chaves Neto (*)
O mundo corporativo vem, progressivamente,
rendendo-se à cultura ESG e iniciando uma verdadeira transformação em seus
negócios.
A sigla significa Environmental, Social and
Corporate Governance, em inglês, o que pode ser entendido como as boas
práticas ambientais, sociais e de governança.
Segundo pesquisa da Consultoria Bain &
Company, com as maiores empresas de bens de consumo do Brasil, o ESG foi
considerado uma das prioridades por 100% dos entrevistados que reforçaram o
papel central de boas práticas como redução das emissões de gases de efeito
estufa, uso racional dos recursos hídricos, descarte consciente, além da
promoção da inclusão e da diversidade.
No entanto, a sustentabilidade ainda não é uma
realidade entre os entrevistados, apenas 5% afirmaram que aplicaram a filosofia
ESG com sucesso e destacaram que a principal dificuldade era manter preços
competitivos e, simultaneamente, oferecer bens e serviços sustentáveis para
os seus clientes.
Normalmente, quando o mundo dos negócios põe
em foco uma prática de maneira crescente, às vezes até como obsessão, é sinal
de que o caminho do dinheiro segue essa direção.
A primeira divulgação relevante do ESG aconteceu em
2004, através da ONU com o paper "Who Cares Wins", solicitando que as
instituições financeiras, em suas análises de investimentos,
considerassem as questões ambientais, sociais e de governança.
Mais de uma década depois, a Agenda 2030 da
ONU e o Acordo de Paris colocaram em relevância a temática da sustentabilidade.
O ponto de inflexão aconteceu quando a BLACKROCK,
maior gestora de fundos do mundo, divulgou em sua carta anual que a sustentabilidade
passaria a ser critério para as suas decisões de investimentos.
Ainda existe uma longa estrada a ser trilhada para
a consolidação das práticas ESG como filosofia de negócio e não simplesmente
como marketing ou um rótulo que alavanque os resultados.
Iniciativas como a da Federação das Indústrias do
Estado do Ceará (Fiec) em criar uma área dedicada à
disseminação dessa temática devem ser seguidas nos mais diversos setores da
economia.
(*) Consultor,
professor doutor da Uece e conselheiro do Conselho Federal de Economia.
Fonte: O Povo, de 26/7/21. Opinião. p.20.
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