quinta-feira, 7 de outubro de 2021

ESG, a nova cultura corporativa

Por Lauro Chaves Neto (*)

O mundo corporativo vem, progressivamente, rendendo-se à cultura ESG e iniciando uma verdadeira transformação em seus negócios.

A sigla significa Environmental, Social and Corporate Governance, em inglês, o que pode ser entendido como as boas práticas ambientais, sociais e de governança.

Segundo pesquisa da Consultoria Bain & Company, com as maiores empresas de bens de consumo do Brasil, o ESG foi considerado uma das prioridades por 100% dos entrevistados que reforçaram o papel central de boas práticas como redução das emissões de gases de efeito estufa, uso racional dos recursos hídricos, descarte consciente, além da promoção da inclusão e da diversidade.

No entanto, a sustentabilidade ainda não é uma realidade entre os entrevistados, apenas 5% afirmaram que aplicaram a filosofia ESG com sucesso e destacaram que a principal dificuldade era manter preços competitivos e, simultaneamente, oferecer bens e serviços sustentáveis para os seus clientes.

Normalmente, quando o mundo dos negócios põe em foco uma prática de maneira crescente, às vezes até como obsessão, é sinal de que o caminho do dinheiro segue essa direção.

A primeira divulgação relevante do ESG aconteceu em 2004, através da ONU com o paper "Who Cares Wins", solicitando que as instituições financeiras, em suas análises de investimentos, considerassem as questões ambientais, sociais e de governança.

Mais de uma década depois, a Agenda 2030 da ONU e o Acordo de Paris colocaram em relevância a temática da sustentabilidade.

O ponto de inflexão aconteceu quando a BLACKROCK, maior gestora de fundos do mundo, divulgou em sua carta anual que a sustentabilidade passaria a ser critério para as suas decisões de investimentos.

Ainda existe uma longa estrada a ser trilhada para a consolidação das práticas ESG como filosofia de negócio e não simplesmente como marketing ou um rótulo que alavanque os resultados.

Iniciativas como a da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) em criar uma área dedicada à disseminação dessa temática devem ser seguidas nos mais diversos setores da economia.

(*) Consultor, professor doutor da Uece e conselheiro do Conselho Federal de Economia.

Fonte: O Povo, de 26/7/21. Opinião. p.20.

Nenhum comentário:

 

Free Blog Counter
Poker Blog