Por Sofia Lerche Vieira (*)
Em meio a um contexto de crise climática planetária, o mundo
volta-se para Dubai, sede da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças
Climáticas de 2023 (COP 28). Entre 30 de novembro e 12 de dezembro cerca de 70
mil pessoas se reúnem nos Emirados Árabes para debater e buscar soluções
sustentáveis para problemas decorrentes da exploração abusiva dos recursos
naturais. O aquecimento global é tema central desse evento, onde o Brasil se
faz representar por uma grande comitiva, liderada pelo presidente Lula.
O chamamento global à busca de soluções para a crise do clima
revela a urgência de buscar alternativas coletivas para preservar e restaurar
o meio ambiente, contribuindo para uma vida melhor na face da terra.
A educação pode contribuir para o equacionamento de tais problema
mediante a formulação e implementação de políticas curriculares com foco da
melhoria dos ecossistemas. Para que isto ocorra é necessário eleger o respeito
ao meio ambiente como eixo transversal da trajetória escolar de todos os
estudantes.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que orienta os documentos
curriculares dos estados e municípios brasileiros não oferece caminhos claros
nessa direção. Diante dos desafios emergentes na esfera ambiental, seria
oportuno rever o que está proposto nas orientações nacionais e subnacionais, de
modo a eleger a educação ambiental como eixo estruturante do trabalho escolar.
Tal movimento requer uma mobilização de toda a sociedade,
particularmente formuladores e implementadores de políticas educacionais.
Iniciativas de formação continuada de professores com foco na preservação
e restauro do meio ambiente podem contribuir de forma significativa para
enfrentar a crise climática e envolver os estudantes nesse processo.
Em 2025 o Brasil irá sediar a COP 30, que será realizada em Belém
do Pará. No intervalo que separa essas duas conferências, cabe ao país buscar
soluções para os problemas associados à pauta climática, aproveitando a
oportunidade para construir um caminho seguro rumo a uma cidadania ambiental
global crítica e consciente através da educação.
(*) Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Uece e
consultora da FGV-RJ.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 4/12/23. Opinião. p.28.
Nenhum comentário:
Postar um comentário