Por Roberto Macedo (*)
Estive presente
na cerimônia de entrega da Medalha Beni Veras ao presidente da Federação das
Industrias dos Estado do Ceará (Fiec), Ricardo Cavalcante, realizada no
último dia 23 pelo SindRoupas e SindConfecções, sindicatos que representam
empreendedores da cadeia produtiva da moda no Ceará.
Esse evento teve
um brilho especial por reunir em si dois nomes de grande significado
para essa economia: o ex-governador Beni Veras (1935-2015), que nomina a
comenda, como empresário, à frente da Saronord e da Guararapes, deu grande
contribuição ao segmento de confecções, enquanto Ricardo Cavalcante tem se
destacado como defensor da volta do Ceará ao topo da indústria da moda e de
confecções no Brasil. Este foi também o mote das falas dos presidentes Paulo
Alexandre (SindRoupas) e Daniel Gomes (SindConfecções).
Ao comentar o
potencial cearense nesse tipo de atividade, que emprega muita gente,
Ricardo Cavalcante relatou uma conversa recente que teve com Ricardo
Steinbruch, da Vicunha, que afirmou a disposição da sua empresa, que é a maior
indústria têxtil da América Latina e referência mundial na produção de jeans,
de ampliar a presença no Ceará, desde que seja barrada a concorrência desleal
de tecidos e roupas que não pagam impostos.
O obstáculo atual
é enorme, considerando que os produtos asiáticos (China, Taiwan, Hong Kong,
Indonésia, Tailândia, Paquistão e Índia) têm preços artificialmente baixos em
virtude de circunstâncias de mão de obra barata. Isso requer o empenho especial
das nossas lideranças empresariais, governamentais e acadêmicas, de modo a,
como propõe o Ricardo Cavalcante, elevar o Ceará à posição de topo que
já ocupou décadas atrás na cadeia produtiva da moda.
Temos alguns
fatores para avanços nesse sentido, como o potencial do nosso Estado na
produção de energias limpas, para mover a nossa indústria, o que é muito bom
como diferencial competitivo no mercado internacional, e a prorrogação por mais
cinco anos dos incentivos fiscais sobre Imposto de Renda (IR) voltados para a
redução das desigualdades regionais. A sociedade pode e deve se engajar também
em movimentos como esses.
(*) Economista.
Empresário.
Fonte:
O Povo,
de 4/12/23. Opinião. p.20.
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