Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
Ética e governabilidade
devem caminhar juntas, buscando uma sociedade politicamente aberta, soberana,
de economia forte e socialmente justa. Estas questões estão também associadas
ao fenômeno da globalização, que é importante, porém sem explorados e
exploradores, sem discriminação, vinculada a um debate amplo sobre tecnologia,
pobreza, crescimento, meio ambiente e políticas sociais. A globalização deve
ser observada não apenas do ponto de vista econômico, mas também político e
cultural. Por sua vez, a política é mutável ou dinâmica, já a moral é
permanente. O importante é compatibilizar a política e a moral dentro de bases
éticas que respeitem a liberdade, a democracia, a estrutura legal e a justiça
social. Ademais, ressalte-se, alcançaremos a verdadeira governabilidade
mediante o atendimento das reais necessidades e carências do povo e não fazendo
concessões e acordos que possam prejudicá-lo. A rigor, é difícil imaginar
soluções para os problemas de uma sociedade. Enquanto as pessoas não tiverem
consciência crítica e visão de mudanças, ela não evolui. Buscar um mandato
eletivo ou exercer uma atividade pública significa muita responsabilidade
ética, moral e também social. O objetivo da política, todos sabemos, é a
conquista, a expansão e a preservação dos espaços de poder. O embate e os jogos
dos contrários constituem a essência dos sistemas democráticos, respeitando-se
os princípios éticos e morais, bem como evitando-se corrupção, emboscadas e conluios.
Vale destacar, por fim, a atividade estatal deve buscar o bem para todos e não
para um grupo temporariamente no poder. Como disse François Maurice: “O ideal democrático ensina como um povo livre pode
tornar-se forte, e um povo forte permanecer justo”. Para tanto, é fundamental que, a classe política tenha um
comportamento compatível com a ética e a transparência”.
(*) Economista. Professor
aposentado da UFC. Ex-governador do Ceará.
Fonte: Diário
do Nordeste, Ideias. 26/10/2018.
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