Por Luiz
Gonzaga Fonseca Mota (*)
Encontramos em várias fábulas de Esopo e de La Fontaine lições de
moral que permitiram, com outras palavras, a elaboração do resumido texto.
Florestal é um País muito rico, com milhões de hectares de área, rios, lagoas,
banhado pelo oceano Atlas e com uma população diversificada de animais. Possui
uma flora e uma fauna bonitas e produtivas. Os animais nem sempre se dão bem e
prevalece a lei dos mais poderosos. Assim, apesar do chefe da administração do
País ser o leão, rei da selva, panteras, tigres, onças, jacarés, serpentes e
outros indomáveis disputam a liderança. Os mais humildes e pequenos obedecem às
determinações dos poderosos sem apresentar nenhuma reação. Muito embora o país
Florestal possua uma “Lei de Comportamento”, infelizmente, muitas vezes não é
respeitada. Há uma disputa permanente entre o leão e as outras feras graúdas e
importantes. Pobre país Florestal. A mencionada disputa visa conquistar o
poder, em todos os níveis, e não leva em consideração as reais necessidades dos
animais indefesos. É mais significativo, para alguns poderosos, conceder
benefícios indevidos do que atender os modestos e carentes florestenses. A “Lei
de Comportamento” reúne 5 (cinco) itens, quais sejam: 1_ A floresta é de todos
florestenses, não podendo haver discriminação de qualquer natureza, assim como
é obrigatória a busca da soberania e da paz. 2_ A solidariedade é fundamental
para que todos os animais tenham acesso aos serviços básicos de saúde,
educação, segurança e alimentação. 3_ A vida e a liberdade constituem pontos
fundamentais para a consolidação da “florestania”, ou seja, todos estão
sujeitos a direitos e deveres. 4_ A liberdade é assegurada, desde que não venha
significar ações indevidas e injustas aos animais, como também ao próprio País.
5_ Não é permitido, em qualquer situação, o abuso do poder, seja físico, ético,
moral e legal, preservando-se sempre a justiça, para impedir desigualdades e
decisões inadequadas. A situação em Florestal está complicada, em razão da
desunião, da ganância, da corrupção (em vários sentidos) e da falta de
solidariedade. Moral da história: espera-se que um dia o bem vença o mal.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC.
Ex-governador do Ceará.
Fonte: Diário do Nordeste, Ideias. 2/4/2021.
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