Por Henrique Soárez (*)
Greg Brockman, presidente da OpenAI, a empresa responsável pelo
chatbot mais popular do momento, descreve desta forma o auxílio que os modelos
de linguagem de grande escala podem oferecer aos profissionais do
conhecimento: "Eles podem não saber exatamente o que você precisa de
imediato e, frequentemente, será necessário aprimorar seu treinamento, mas são
extremamente dedicados e desejam ajudar."
Demorei um pouco para experimentar a nova ferramenta, mas foi assim
que passei o último fim de semana: testando e aprendendo. [Nota breve:
recomendo o app Bing mobile para acessar diretamente o GPT-4 como buscador da
internet em tempo real; a versão paga do ChatGPT possui conhecimentos
atualizados somente até set/21]. Os progressos surpreendentes de hoje são
resultados de uma curva exponencial iniciada nos anos 60 e impulsionada por
bilhões de dólares em investimentos de capital de risco.
A minha maior surpresa foi descobrir que os modelos se comunicam em
qualquer idioma humano - sem alarde, temos um assistente capaz de buscar
informações em línguas desconhecidas por mim e fornecer a resposta já
traduzida para o idioma da pergunta. Outra constatação impressionante é a habilidade
do robô-que-conversa de compreender o que estou perguntando. Tanto o GPT-3.5
quanto o GPT-4 identificaram corretamente o número ausente na sequência
"1, 10, 3, 8, ?, 6, 7, 4, 9, 2". Além disso, o modelo demonstra
competência em entender e sintetizar conceitos, não apenas palavras.
Segundo Ilya Sutskever, os textos que os modelos GPT aprendem a prever são
excelentes representações do mundo em que vivemos.
Após alguns dias de uso, fica evidente que temos uma nova
ferramenta à disposição. Será necessário praticar até ganharmos destreza, mas o
esforço será recompensado com um aumento na produtividade. Por US$ 20/mês,
podemos contar com um assistente virtual eficiente e empenhado, ainda que ele
às vezes alucine. Além disso, os custos cairão exponencialmente à medida que
novos modelos utilizam os modelos de última geração como instrutores. Fica
claro o impacto amplificador que a inteligência artificial terá no
mundo do trabalho nos próximos anos.
(*) Engenheiro eletricista, diretor do Colégio 7 de Setembro e da
Uni7.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 23/03/23. Opinião, p.16.
Nenhum comentário:
Postar um comentário