Por José Lima de Carvalho Rocha (*)
Os impostos
permitem, entre outros fins, que os governantes paguem os benefícios sociais,
tais como Programa Bolsa Família e Seguro-Desemprego. Cerca de 50 milhões de brasileiros
são beneficiados pelo Bolsa Família, que, em 13 estados, ultrapassam a
quantidade de trabalhadores com carteira assinada. Aproximadamente 20 milhões
são beneficiados com o Seguro-Desemprego. Em qualquer país civilizado, os
habitantes sabem que não podem deixar de ajudar aos que mais necessitam das
condições mínimas de sobrevivência, que incluem alimentação, habitação,
segurança, saúde, entre outros.
Como o Estado
pode cumprir suas obrigações para com a população mais necessitada e,
simultaneamente, não elevar impostos? Sem propiciar educação eficaz para nossas
crianças, o pagador de impostos precisará aumentar sua contribuição. A
educação propicia o entendimento de como o mundo funciona, de como interagir
com outras pessoas, com máquinas e equipamentos cada vez mais sofisticados.
A aritmética,
a escrita e a leitura são a essência do ensino fundamental hoje no Brasil. Para participar efetivamente do mundo dos anos
2020, a escola básica necessita entregar muito mais. Na escola, os alunos devem
ser estimulados a desenvolver o pensamento crítico, a capacidade de transmitir
e escutar ideias, as competências digitais e a apreciação do trabalho em
equipe.
Dependendo do
espaço que o cidadão deseja ocupar na sociedade, várias outras competências necessitam ser acrescentadas. Atualmente, as crianças não alcançam
as competências mínimas necessárias ao cotidiano do século passado. Exemplo:
56% das crianças com 7 anos não estavam alfabetizadas em 2021. O Brasil precisa
aplicar política educacional de estado. Política que não seja
modificada a cada mudança de governantes.
Países que
obtiveram alto grau de desenvolvimento aplicaram políticas educacionais
eficazes; souberam esperar os resultados. Em educação, os resultados são
lentos. Não ocorrem em quatro anos. Educação eficiente é a definitiva reforma tributária com redução de impostos. O cidadão com razoável nível educacional é
senhor do próprio destino.
(*) Médico e pedagogo.
Reitor do Centro Universitário Christus (UniChristus) e diretor do Colégio
Christus.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 9/06/2023. Opinião. p.16.
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