segunda-feira, 4 de setembro de 2023

O MERCADO DE TRABALHO E A GERAÇÃO DE EMPREGO NO CARIRI

Por Fabiana Arrais (*)

Na quinta-feira, 27 de julho, o Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged/2023) divulgou dados da geração de empregos no país - referente ao mês de junho - enfocando cinco grupamentos econômicos (Agropecuária, Indústria, Construção Civil, Comércio e Serviços).

O Ceará permanece num crescimento contínuo, com o saldo positivo de 6.571 postos de trabalho. A participação da Região Metropolitana do Cariri com sua base de sustentação econômica (Crato - Juazeiro do Norte e Barbalha) mostrou crescimento em dois setores: Comércio e Serviços. Em contrapartida a Indústria e a Construção Civil mantiveram-se estagnados.

O desempenho retraído desses setores pode estar relacionado a fatores diversos que reduzem o ímpeto das contratações, como por exemplo: a alta taxa de juros que diminui os investimentos privados, e consequentemente o volume de capital de giro no mercado, e a escassez de demanda decorrente da renda comprometida devido ao processo de endividamento de anos anteriores.

Dados do Caged (2023) mostram que a cidade do Crato gerou 464 postos de trabalho com carteira assinada, em detrimento a 336 demissões. Destaque para os setores de Comércio e Serviços que alcançaram saldos positivos, estimulados pelo comércio varejista e o período junino que aqueceu a economia.

Juazeiro do Norte criou 1.733 postos de trabalho, frente a 1.427 demissões. Semelhante ao Crato, os setores de Serviços e Comércio impulsionaram a economia, mediados por uma diversidade na produção promoveram o aumento dos investimentos privados.

Barbalha vem registrando há dois meses (maio - junho) saldos negativos na geração de empregos. Os dados de junho remetem a 232 pessoas contratadas, mas outras 264 foram demitidas nesse período. Este cenário adverso é uma consequência do fraco desempenho do grupamento econômico, que mesmo diante do incentivo público na contratação de mão-de-obra, e um calendário atrativo (festa de Santo Antônio), ainda assim nenhum setor conseguiu imprimir uma dinâmica capaz de reverter esse declínio, que consequentemente, desacelerou a criação de novos postos de trabalho.

É importante destacar que o equilíbrio na distribuição das oportunidades de trabalho geradas com carteira assinada beneficia a economia, enquanto houver um setor (Agropecuário) inerte, o processo de retomada do crescimento tornar-se-á mais demorado.

(*) Economista.

Fonte: O Povo, de 9/6/23. Opinião. p.17.

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