Por Fabiana Arrais (*)
Na quinta-feira,
27 de julho, o Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo
Caged/2023) divulgou dados da geração de empregos no país - referente ao
mês de junho - enfocando cinco grupamentos econômicos (Agropecuária, Indústria,
Construção Civil, Comércio e Serviços).
O Ceará permanece
num crescimento contínuo, com o saldo positivo de 6.571 postos
de trabalho. A participação da Região Metropolitana do Cariri com sua base de
sustentação econômica (Crato - Juazeiro do Norte e Barbalha) mostrou
crescimento em dois setores: Comércio e Serviços. Em contrapartida a Indústria
e a Construção Civil mantiveram-se estagnados.
O desempenho
retraído desses setores pode estar relacionado a fatores diversos que reduzem o
ímpeto das contratações, como por exemplo: a alta taxa de juros que
diminui os investimentos privados, e consequentemente o volume de capital de
giro no mercado, e a escassez de demanda decorrente da renda comprometida
devido ao processo de endividamento de anos anteriores.
Dados do Caged
(2023) mostram que a cidade do Crato gerou 464 postos de trabalho com carteira
assinada, em detrimento a 336 demissões. Destaque para os setores de Comércio
e Serviços que alcançaram saldos positivos, estimulados pelo comércio
varejista e o período junino que aqueceu a economia.
Juazeiro do
Norte criou 1.733 postos de trabalho,
frente a 1.427 demissões. Semelhante ao Crato, os setores de Serviços e
Comércio impulsionaram a economia, mediados por uma diversidade na produção
promoveram o aumento dos investimentos privados.
Barbalha vem
registrando há dois meses (maio - junho) saldos negativos na geração de
empregos. Os dados de junho remetem a 232 pessoas contratadas, mas outras 264
foram demitidas nesse período. Este cenário adverso é uma consequência do fraco
desempenho do grupamento econômico, que mesmo diante do incentivo público na
contratação de mão-de-obra, e um calendário atrativo (festa de
Santo Antônio), ainda assim nenhum setor conseguiu imprimir uma dinâmica capaz
de reverter esse declínio, que consequentemente, desacelerou a criação de novos
postos de trabalho.
É importante
destacar que o equilíbrio na distribuição das oportunidades de trabalho geradas
com carteira assinada beneficia a economia, enquanto houver um setor
(Agropecuário) inerte, o processo de retomada do crescimento tornar-se-á mais
demorado.
(*) Economista.
Fonte: O Povo, de 9/6/23. Opinião. p.17.
Nenhum comentário:
Postar um comentário