Por Álvaro Madeira Neto (*)
Há anos, temos
testemunhado uma série de transformações na
saúde. Essas
mudanças, que vão além dos avanços tecnológicos, refletem a necessidade de
repensarmos a maneira como gerimos nossos serviços de saúde.
O Sistema Único de Saúde (SUS), por exemplo, é mais do que um sistema de saúde; é um símbolo da
redemocratização brasileira e da ampliação dos direitos de nossa população.
No entanto, é
fundamental lembrarmos que saúde não é apenas a ausência de doença. Já na
década de 1980, começamos a entender que a saúde está intrinsecamente ligada a fatores sociais, econômicos e preventivos.
Mas, apesar
dos avanços, ainda enfrentamos desafios. Nosso sistema de saúde, em muitos aspectos,
permanece fragmentado e reativo, com as doenças crônicas Não Transmissíveis
dominando o cenário.
Nesse
contexto, surge o conceito de Redes de Atenção em Saúde, uma tentativa de
horizontalizar e integrar os elos da cadeia de valor em saúde, potencializando
a gestão e o cuidado.
A ideia é
simples: ao invés de um sistema centralizado e reativo, precisamos de um modelo que priorize
a prevenção e considere os determinantes sociais em sua estratégia e
planejamento.
Não basta
apenas investir em tecnologia e sofisticação. Precisamos de um sistema que
promova conexão, empatia e que esteja verdadeiramente voltado para as necessidades das pessoas.
Portanto, é
essencial que nos afastemos dos antigos paradigmas, onde a saúde era vista de
forma hospitalocêntrica e fragmentada. O futuro da gestão em saúde está na atenção
primária básica, organizada em redes de atenção, promovendo uma integração
profunda entre os diferentes setores.
Em termos
claros, é essencial um sistema que enxergue o ser humano em sua plenitude, levando em conta não somente os sintomas, mas também
sua trajetória, seu ambiente e suas demandas individuais.
A saúde é, sem
dúvida, um direito inalienável de todos, e é nosso dever, enquanto profissionais e gestores, assegurar que ela seja de fácil
acesso e de alta qualidade para cada brasileiro.
(*) Médico e gestor em saúde.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 14/10/2022. Opinião. p.18.
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