Antero Coelho Neto (*)
Tenho participado de várias instituições brasileiras que
se destacaram e ganharam um passado importante e até histórico. Também tenho
conhecido, convivido e sido integrante de várias instituições internacionais de
grande significado mundial, o que me permite fazer as comparações.
Da mesma maneira que a nossa Memória Individual, com seus
diferentes tipos e manifestações, como tenho já destacado para vocês
verificamos, com tristeza, a pouca importância que nós brasileiros damos para a
preservação dos fatos, atos e passado de nossas instituições. E mais, a pouca
importância que damos, também, para os seus planejadores, criadores e
administradores posteriores das instituições públicas e, principalmente,
privadas.
Temos tido uma melhoria nos últimos anos, principalmente
nas memórias das instituições públicas, sociais e culturais, mas ainda muito
insuficiente para os critérios internacionais.
Nas instituições privadas, ditas particulares, a falta de
valorização e perpetuação dos fatos acontecidos e das pessoas envolvidas é
muito grande. Muitas vezes fica apenas conservada e valorizada a figura de seus
Criadores. Esquecem que estão perdendo uma grande oportunidade, quando bem
feito esse destaque, uma maneira importante de engrandecer a Instituição e
torná-la mais conhecida e valorizada pela sociedade em geral. Comprovei
que, em algumas delas, é até muito triste essa prática.
Fiz parte de duas instituições internacionais públicas,
não governamentais, que destacam enormemente essa cultura de perpetuação de
suas Memórias: a Fundação Kellogg e o Rotary Clube. E aí comprovei a
importância dessa Memória Institucional, valorizando os seus criadores e também
seus dirigentes e seguidores posteriores.
W.K.Kellogg e Paul Harris. doaram grande parte de seus
tempos e fortunas para o benefício da humanidade, mas com destaque dirigido
para as criações e seguidores posteriores. Seus projetos e programas,
desenvolvidos em quase todo o mundo, são planejados e executados por dirigentes
e seguidores conscientes de suas responsabilidades e valores.
Daí a grandeza alcançada pelo verdadeiro amor que os seus
seguidores tem pelo que projetam, fazem e dignificam.
Sinto um grande orgulho de ter participado dessas
instituições, que são tão importantes para os nossos povos, que tenho de
reconhecer que muito mais eu poderia e deveria ter dado para elas.
E aí, criadores e dirigentes das instituições
brasileiras, vamos pensar no que os profissionais da informação chamam de
Sociedades do Esquecimento? Garantimos para vocês: “elas não valem a pena”. O
Futuro vai provar o que digo.
(*) Médico, professor
e ex-presidente da Academia Cearense de Medicina.
Publicado In: O Povo, 20/02/2013.
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