Por Reinaldo Azevedo
22/08/2013
Os 4 mil escravos de jaleco do Partido Comunista de Cuba
custarão ao Brasil R$ 40 milhões por mês. Deve ser o maior escândolo do PT em
quase 11 anos de governo.
Nunca, leitores, nunca mesmo!, os subestimem. Quando vocês
acharem que eles já chegaram ao limite do tolerável, fiquem certos: eles darão
mais um passo, mais dez, mais mil. Não param nunca! Não têm compromisso com a
palavra, com os fatos, com a razão, com a decência, com o bom senso, nada!
Neste fim de semana, chega o primeiro lote de escravos-médicos de Cuba. Serão
400 de um total previsto de 4 mil. Por enquanto! Uma operação dessa magnitude
não se planeja da noite para o dia.
Alexandre Padilha jamais deixou de cuidar do assunto, muito
especialmente quando anunciou que o governo havia desistido da ideia. Pasmem!
Isso aconteceu no dia 8 de julho — há menos de um mês e meio. Enquanto dizia ao
país uma coisa, tramava outra. O que ele quis foi impedir a reação dos
críticos. Por isso agiu à socapa, à sorrelfa, por baixo dos panos,
transformando um projeto de governo quase numa conspiração.
Já lembrei aqui que o
ministro da Saúde não criou um maldito estímulo que fosse para a interiorização
dos médicos brasileiros. E não o fez porque seu projeto era outro. A decisão de
importar os 4 mil escravos do Partido Comunista cubano, que também serão
agentes do petismo, soma interesses de natureza ideológica, política e
eleitoral. Esclareço.
Quem são?
Os médicos que chegarão ao Brasil já atuaram em democracias
bolivarianas exemplares como Venezuela, Bolívia e Equador. Conheço bem a
questão por razões que não vêm ao caso. Se os jornalistas investigativos forem
apurar (eu só investigo a falta de lógica), vão descobrir que Cuba tem uma
espécie de exército de jaleco para trabalhar mundo afora. Todos eles, sem
exceção, são filiados ao Partido Comunista e considerados “quadros” do regime.
Não! Não se trata de inferir que, no Brasil, tentarão fazer a revolução ou
implantar o comunismo. Isso é besteira. A questão é de outra natureza.
Em todos os países onde atuam, eles se tornam, aí sim,
prosélitos do governo que os importou. Se assim não agem por vontade, fazem-no
porque não têm alternativa. Os países que os abrigam não fazem contrato com
eles, mas com ditadura cubana. A Organização Pan-Americana de Saúde entra na
história apenas para, como direi?, lavar a natureza do acordo indecente.
Indecente?
Sim! O Brasil pagará R$ 10 mil por cubano importado — e esse
dinheiro será repassado a Cuba. A ilha, então, se encarregará de pagar os
médicos. Esse mesmo tipo de contrato vigorou com a Venezuela, Equador e Bolívia.
Os médicos chegam sem suas respectivas famílias. Nem sonham, portanto, em desertar. A atividade,
no entanto, rende um pouco mais dinheiro do que permanecer naquela ditadura
paradisíaca.
Atenção! Embora trabalhando para o sistema público de saúde
no Brasil, os médicos obedecem ao comando de cubanos. Estarão por aqui, mas sob
a estrita vigilância de bate-paus do Partido Comunista. Deles se exige que, no
contato com as comunidades pobres, sejam agentes de propaganda do governo. É
evidente que, caso criasse as condições para interiorizar médicos brasileiros,
Padilha não contaria com essa sujeição.
E por que os cubanos se submetem? Ideologia? Não
necessariamente. É que não têm alternativa. Para o seu futuro e o de sua
família, ficar na ilha é pior. O Brasil não terá nenhum controle dos médicos
que vão entrar ou sair. Serão os cubanos a decidir quem fica e quem vai . Como
eles não terão o seu diploma validado aqui, não têm como, por exemplo,
abandonar o programa e passar a clinicar por conta própria.
ENTÃO VEJAM QUE MARAVILHA! OS CUBANOS SÓ SÃO CONSIDERADOS
APTOS A TRABALHAR AQUI SE ESTIVEREM LIGADOS AO GOVERNO DA ILHA. SEM ISSO, NÃO!
Contra a terceirização?
Lembro-me do escarcéu que petistas e outros esquerdistas
vulgares fazem contra a administração de hospitais públicos por OSs
(Organizações Sociais). Os vigaristas costumam dizer que se trata de
privatização do bem público e outras bobagens. E o que faz o PT? Na prática,
terceiriza 4 mil postos médicos, entrega-os ao controle dos cubanos e alimenta
aquela tirania com R$ 40 milhões por mês. Ora, poderia haver terceirização pior
do que essa, com os médicos obrigados — alguns certamente por gosto e ideologia
— a fazer proselitismo político, sob pena de ser mandados de volta ao hospício
de Fidel e Raúl Castro? É um escândalo, a meu juízo, sem par na era petista.
A importação dos médicos se dá a pouco mais de um ano da
eleição presidencial e para os governos de Estado. Dilma deve tentar um segundo
mandato. Padilha vai disputar o Palácio dos Bandeirantes. Em recente encontro
do PT, Lula afirmou que o ministro tinha antes de trazer os médicos para, aí
sim, anunciar a candidatura.
Vamos ver, insisto neste ponto, o que fará o Ministério
Público do Trabalho, sempre tão diligente quando se trata de apontar trabalho
semelhante à escravidão em fazendas ou oficinas de costura. E no caso dos
médicos? Resta evidente que o governo de Cuba os mantém atrelados ao regime,
entre outras razões, porque dispõe de instrumentos para puni-los caso se
rebelem — e a família é um argumento bastante forte.
Não sei, não! Tenho para mim que, num exame cuidadoso das
leis, não será difícil chegar à conclusão de que esse acordo é ilegal. Numa
entrevista, Padilha reafirmou que repassará a Cuba R$ 10 mil por médico, mas
que a remuneração dos doutores é decisão daquele país; o Brasil não teria nada
com isso. Como não? Então vamos encher as burras de Cuba com os recursos de um
programa público de saúde, vinculado ao SUS, e ignorar que boa parte desse
dinheiro será surrupiado?
Curioso, não é? Segundo as leis brasileiras, uma loja de
departamentos que compre roupas de uma oficina que explore trabalho degradante
pode passar a ser corré (essas novas regras do hífen são de matar…) numa ação
ainda que ignorasse o fato. E se vai tolerar que a presidente de um país e seu
ministro da Saúde sejam beneficiários de um trabalho em tudo similar à
escravidão?
No encerramento deste texto, é forçoso que eu lembre: Hugo
Chávez evidencia a excelência da medicina cubana, e Lula e Dilma, a da medicina
brasileira. Na hora do pega pra capar, os petistas não apelaram nem aos cubanos
nem ao SUS. Preferiram o Sírio-Libanês.
Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/tag/medicos-cubanos/
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