Para que
algo exista, tome corpo e venha a fazer parte da imaginação humana, deverá ser
– antes - nomeado. Ter um nome designante para passar a existir.
A palavra opção, com
relação à sexualidade humana, deveria ser mais bem estudada quanto à sua
aplicação correta: ato, faculdade ou efeito de optar; livre escolha,
preferência. Aceitar a prática canhestra de denominar de ‘opção sexual’ a
natureza do gênero das pessoas é uma burrice.
Ser do sexo masculino
ou feminino é fato, anatômico e fisiológico. Ter um distúrbio de gênero, não
corresponder ao seu próprio corpo, pode ser tudo menos opção sexual. Aceitá-lo
como uma variante sexual é correto e nada tem de patológico. Patológica é uma
sociedade que não aceita essas variações naturais da afetividade humana. Por
exemplo: julgar como errôneas as preferências dos meninos e meninas por
brinquedos específicos do outro gênero é mais do que preconceito, é um
estereótipo, é uma irresponsabilidade social, grupal e tudo mais que desejarem
contra o Direito Humano. Jamais se deve considerar uma variante sexual como
sendo imposta pela cultura.
De há muito,
sabe-se que tanto o sexo masculino como o feminino possuem certas inclinações
por esta ou aquela maneira de estar no Mundo. Ser macho ou fêmea não é atributo
exclusivo da espécie humana. Acontece em todo do reino animal. Assim, chipanzés
machos preferem fazer suas brincadeiras usando os galhos das árvores como
armas, enquanto que as fêmeas fazem com eles ninhos e locas. Nada impede que os
machos, às vezes, dêem uma mãozinha.
Não importa
se na gestação o feto do sexo feminino tenha recebido mais ou menos
testosterona circulante no sangue de sua mãe. O fato é que embriões que nascem
de mães com mais testosterona em seu sistema circulatório podem ter ou não ter
maior ou menor gosto por brincadeiras mais agressivas ou preferir as cores
vermelho ou rosa. Pergunto: - Será que o gosto das meninas chinesas pela cor de
rosa é igual ao das brasileiras?
Certas coincidências
são difíceis de aceitar. Muito menos quanto à causa de os enxovais dos meninos
serem, de preferência, azuis. Deveríamos entender que a nossa ignorância é
muito grande sobre tal assunto. A biologia não poderá responder por tudo nem
por todas as nuances da alma humana. Muito menos a genética ou outros
conhecimentos, por mais desenvolvidos que sejam ou venham a ser.
Pratiquei a
Pediatria por mais de meio século e bastava notar na minha sala de espera,
cheia de brinquedos, a preferência das meninas pelas bonecas e a dos meninos
por carrinhos pois, para ser politicamente correto, proibia a atendente de
manter cópias de armas de fogo na minha brinquedolândia. Mas os meninos as
traziam para brincar e algumas meninas, também! Que fazer?
Menino gosta
de brincar com soldadinho de chumbo e menina com casinha de boneca (não façam
esse teste com seus filhos ou filhas, procurem a ajuda de um profissional, como
dizem os enlatados norte-americanos para os donos de cães). Era assim, mas
agora as crianças dos dois sexos gostam mais de joguinhos eletrônicos! Isso
mostra que a tecnologia não resolve determinados mistérios da alma. Tenham
cautela, senhores pais ou avós. E para afirmar tudo isso não é necessário ser
um Psicoterapeuta ou um velho Pediatra. Qualquer pessoa disso tem ciência.
Mas qual o
motivo de tanto preconceito positivo ou negativo quanto às preferências
sexuais? Como entendo muito de preconceito, pois há mais de cinco mil anos sou
perseguido, fico temeroso quando noto esses cuidados com o homossexualismo, as
homofobias e outros penachos, pois creio que todos são/devem ser iguais perante
a Lei.
Tenho muito
medo é dos doutores - honoris causa- sem causa.
Premiar a ignorância é burrice. Na verdade, após viver tanto tempo, não mudo o
resultado da minha observação: quanto mais se é ignorante menos se deseja
saber. Como velho que sou, confesso que realmente não aguento mais assistir
tanta burrice junta.
Ainda mais
quando ela passou a ser... Doutoral.
(*) Professor Titular da Pediatria da Universidade de Pernambuco.
Psicoterapeuta. Membro da Sobrames/PE, da União Brasileira de Escritores (UBE)
e da Academia Brasileira de Escritores Médicos (ABRAMES).
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