Por Maria Lúcia Duarte Pereira (*)
Após quase dois anos de pandemia, com
várias alterações na forma de viver, enganam-se aqueles que achavam que as
mudanças haviam chegado ao fim e que todos já estariam adaptados. No campo da saúde
os desafios se acentuam.
O ano de 2022 se aproxima com os desdobramentos da
pandemia, como as transformações digitais, alterações da saúde
mental de profissionais e da população em geral, finalização da vacinação
na população brasileira e fortalecimento do SUS, bem como o resgate do cuidado
às doenças infecciosas deixadas de lado como a aids, tuberculose, malária,
leishmaniose, hanseníase, entre outras.
Diante da emergência criada
pela covid-19 o combate a doenças já negligenciadas piorou
dramaticamente. São doenças que afetam populações mais pobres e desassistidas
e, com a pandemia, muitos tratamentos foram descontinuados e pesquisas foram
interrompidas, prejudicando os pacientes e a progressão da ciência.
O distanciamento social e as medidas de
segurança adotadas para evitar o aumento da transmissão do coronavírus fizeram
com que a tecnologia entrasse em cena para assumir um importante
papel para manter o sistema de saúde em funcionamento.
A telemedicina, amplamente utilizada em todo o
período de distanciamento social, continuará sendo importante aliada pela
praticidade para os pacientes e profissionais da saúde.
Pode-se destacar os aplicativos como
fortes aliados para o setor da saúde para manter a população conectada com os
serviços públicos. Seu uso proporciona maior agilidade, evita deslocamento para
realizar consultas ou retirar exames, dispensando a presença do paciente no
serviço de saúde.
Outro desafio é o cuidado aos pacientes
com sequelas e síndrome pós covid- 19, bem como depressão, ansiedade
ou alterações da cognição, principalmente de profissionais e pessoas que
tiveram familiares acometidos pela doença.
Ainda como grande desafio para a saúde em 2022 será
concluir a vacinação da população brasileira e planejar sobre o que a
covid-19 deixou de lição para o nosso sistema de saúde no que diz respeito a
uma gestão estratégica do SUS.
(*) Enfermeira, pesquisadora do CNPq e Pró-reitora de
Pós-Graduação e Pesquisa da Universidade Estadual do Ceará (Uece).
Fonte: Publicado In: O Povo, de 12/01/2022. Opinião. p.16.
Nenhum comentário:
Postar um comentário