Por Alexandre Sobreira Cialdini (*)
O processo de
internacionalização e internalização produtiva consiste na ampliação de uma
empresa no mercado internacional e sua capacidade de abrangência endógena,
com a incorporação do mercado local. Isso envolve a importação e a exportação
de produtos, bem como a inclusão das cadeias produtivas locais. A
internacionalização busca adequar produtos e serviços para que possam ser aceitos
facilmente em diferentes mercados, enquanto a internalização compreende a
absorção desses produtos no mercado interno.
Novos estudos têm
sedimentado essas análises, com destaque para o Paradigma Eclético de Dunning,
que sustenta que a expansão internacional da empresa é explicada por vantagens
específicas da firma e dos países de origem ou de destino. Essa teoria também é
conhecida como modelo OLI, em que "O" representa Ownership
(propriedade), "L" corresponde a Localization (localização) e
"I" se refere a Internalization (internalização).
Esse modelo
considera vantagens de três ordens para a tomada de decisão da empresa sobre
investimentos produtivos no exterior: as vantagens de propriedade; as de
localização, que envolvem fatores como incentivos fiscais, custos de
produção e ambiente de negócios; e as de internalização, que ocorrem quando é
mais vantajoso para a empresa usar suas próprias vantagens em vez de permitir
que terceiros as utilizem.
De acordo com
essa teoria, quatro principais fatores determinam a internacionalização de
uma empresa: 1) busca por recursos: explorar vantagens derivadas de custos
menores nos países receptores do investimento; 2) busca por novos mercados:
explorar o mercado do países receptor, além de alcançar países vizinhos; 3)
busca por eficiência: explorar as vantagens de escala e racionalização da
produção, além da especialização e vantagens locacionais; e 4) busca por ativos
estratégicos: adquirir um conjunto estruturado de competências e adotar
estratégias que proporcionem maiores vantagens competitivas, geralmente
adquirindo ativos estratégicos voltados à inovação de produtos e canais de
distribuição.
Nesse contexto,
fornecemos aqui suporte para a elaboração do planejamento estratégico da nossa Zona
de Processamento de Exportação do Ceará (ZPE), que completa uma década de
integração ao Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP). Esse marco
representa um novo momento de industrialização do Ceará, ou seja, a
convergência entre internacionalização produtiva e internalização das cadeias
produtivas locais.
Para isso, três
áreas-chave são fundamentais: a) formação de recursos humanos com as competências
e habilidades exigidas pelas atividades exportadoras e pelos
investidores estrangeiros; b) desenvolvimento de parcerias entre grandes
empresas exportadoras locais ou multinacionais e fornecedores nacionais, a fim
de promover ganhos de produtividade na economia; e c) assistência às empresas
por meio de serviços de extensão ou programas de apoio à qualidade,
melhoria da produtividade e modernização tecnológica.
Sobre a
internacionalização produtiva, recomendamos a leitura do trabalho do Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BID) para a América Latina,
disponível em: (https://encurtador.com.br/arE17).
(*) Mestre em
Economia e doutor em Administração Pública e Secretário de Finanças e
Planejamento do Eusébio-Ceará.
Fonte: O Povo, de 7/09/23. Opinião. p.19.
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