Por José Lima de Carvalho Rocha (*)
O filme
"Sem Destino" influenciou a utilização de motos durante a década de
1970. Os atores Peter Fonda e Dennis Hopper apresentavam a ideia de que pilotar
motos era sinônimo de liberdade. Viver o hoje sem pensar no amanhã. Nessa mesma
década, existiam poucas motos em Fortaleza. Hoje as motos possibilitam vida para muitos
profissionais, seja realizando entregas, transportando passageiros, seja
propiciando diletantismo.
Esses fins,
associados ao incentivo à fabricação, implementaram crescimento geométrico na
quantidade desses veículos. Uma das consequências visíveis no interior e
litoral do Ceará é o aumento da quantidade dos nossos irmãos que caminham e
trotam felizes. Hoje o jumento tem pouca "serventia".
Em 2022,
existiam no Ceará 3.625.994 veículos. Desse total, 43,3% eram motocicletas. Entre os anos de 2009 e 2022, 25.869 pessoas tiveram óbito causado por
transporte terrestre. Considerando esse total, os óbitos que envolvem motos
chegaram a 39,1%. Na década de 1980, essas tragédias ocasionaram o fim da era
romântica para os usuários das motos.
Preocupados
com o grande número de mortes e acidentes, no dia 13 de setembro, a Academia
Cearense de Medicina promoveu Fórum em que foram debatidas as causas e
consequências dos acidentes envolvendo motocicletas. Coordenado pelo Dr.
Lineu Jucá, o evento teve a participação de representantes da PRF, PRE, AMC,
Aprece, Acert e Detran.
Estudos
apontam que o cumprimento das leis que regulam o trânsito das motocicletas
evitaria a maior parte dos acidentes e mortes. São medidas lógicas, como o uso
do capacete, respeito ao regramento durante os percursos, a não ingestão de bebida alcoólica ou outras drogas e o transporte apenas de um passageiro. São necessárias
ações educativas e a efetiva aplicação das penas, já previstas no código de
trânsito, para os infratores.
Estudos devem
continuar. Faz-se importante pesquisar sobre os motivos pelos quais, em parte
do Ceará, não existe o cumprimento das leis do trânsito para motocicletas. Com o diagnóstico correto, medidas adequadas precisam
ser implementadas, diminuído assim óbitos e acidentes.
(*) Médico e pedagogo.
Reitor do Centro Universitário Christus (UniChristus) e diretor do Colégio
Christus. Membro da Academia Cearense de Medicina.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 29/09/2023. Opinião. p.16.
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