sexta-feira, 20 de outubro de 2023

FOLCLORE POLÍTICO CXIII: Porandubas 787

Abro a coluna com as águas termais do Brejo das Freiras...

Em terras paraibanas...

Brejo das Freiras é uma Estância Termal nos confins da Paraíba, perto de Uiraúna, Souza e até da serra de Luis Gomes/RN, minha querida cidade natal. Trata-se de um lugar para relaxamento e repouso. O Governo da Paraíba tinha (não sei se ainda tem) um hotel, com uma infraestrutura para banhos nas águas quentes. Década de 70. Apolônio, o garçom, velho conhecido dos fregueses da região, recebe, um dia, um hóspede de outras plagas. Pessoa desconhecida. Lá pelas tantas, quase terminando a refeição, o senhor levanta a mão, chama Apolônio e pede:

- Meu caro, quero H2O.

Susto e surpresa. Anos e anos de serviços ali no restaurante e ninguém, até aquele momento, havia pedido aquilo. Que diabo seria H2O? Apolônio, solícito:

- Pois não, um instante!

Aflito, correu na direção da única pessoa que, no hotel, poderia adivinhar o pedido do hóspede. Tratava-se de Luiz Edilson Estrela, apelidado de Boréu (por causa dos olhos grandes de caboré), empedernido boêmio, acostumado aos salamaleques da vida.

- Boréu, tem um senhor ali pedindo H2O. O que é isso?

Desconfiado, pego sem jeito, Boréu coça o queixo, olha pro alto, tenta se lembrar de algo parecido com a fonética e, desanimado, avisa:

- Apolônio, sei não. Consulte o Freitas.

Freitas era o diretor do Grupo Escolar, o intelectual da região. Localizado, o professor tirou a dúvida no ato:

- H2O é água, seus imbecis. Quer dizer água.

Apressado, Apolônio socorreu o freguês, já inquieto com a demora, com uma jarra do líquido. Depois, no corredor, glosando o feito, gritou em direção a Boréu:

- Ah, ah, ah, esse sujeito achava que nós não sabia ingrês. Lascou-se!

Fonte: Gaudêncio Torquato (GT Marketing Comunicação).

https://www.migalhas.com.br/coluna/porandubas-politicas/377798/porandubas-n-787

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