Abro a
coluna com as águas termais do Brejo das Freiras...
Em terras paraibanas...
Brejo
das Freiras é uma Estância Termal nos confins da Paraíba, perto de Uiraúna,
Souza e até da serra de Luis Gomes/RN, minha querida cidade natal. Trata-se de
um lugar para relaxamento e repouso. O Governo da Paraíba tinha (não sei se
ainda tem) um hotel, com uma infraestrutura para banhos nas águas quentes.
Década de 70. Apolônio, o garçom, velho conhecido dos fregueses da região,
recebe, um dia, um hóspede de outras plagas. Pessoa desconhecida. Lá pelas
tantas, quase terminando a refeição, o senhor levanta a mão, chama Apolônio e
pede:
- Meu
caro, quero H2O.
Susto e
surpresa. Anos e anos de serviços ali no restaurante e ninguém, até aquele
momento, havia pedido aquilo. Que diabo seria H2O? Apolônio,
solícito:
- Pois
não, um instante!
Aflito,
correu na direção da única pessoa que, no hotel, poderia adivinhar o pedido do
hóspede. Tratava-se de Luiz Edilson Estrela, apelidado de Boréu (por causa dos
olhos grandes de caboré), empedernido boêmio, acostumado aos salamaleques da
vida.
- Boréu,
tem um senhor ali pedindo H2O. O que é isso?
Desconfiado,
pego sem jeito, Boréu coça o queixo, olha pro alto, tenta se lembrar de algo
parecido com a fonética e, desanimado, avisa:
-
Apolônio, sei não. Consulte o Freitas.
Freitas
era o diretor do Grupo Escolar, o intelectual da região. Localizado, o
professor tirou a dúvida no ato:
- H2O
é água, seus imbecis. Quer dizer água.
Apressado,
Apolônio socorreu o freguês, já inquieto com a demora, com uma jarra do
líquido. Depois, no corredor, glosando o feito, gritou em direção a Boréu:
- Ah,
ah, ah, esse sujeito achava que nós não sabia ingrês. Lascou-se!
Fonte: Gaudêncio
Torquato (GT Marketing Comunicação).
https://www.migalhas.com.br/coluna/porandubas-politicas/377798/porandubas-n-787
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