Por Álvaro Madeira Neto (*)
Infelizmente,
o título é, por si só, uma fake news. A realidade é que a propagação de notícias
falsas, se tornou cada vez mais comum e problemática.
As fake news
tem sido objeto de intensas discussões na Câmara dos Deputados, especialmente
sobre o projeto de lei que visa combater sua propagação.
Mas e na
saúde? Como essas informações equivocadas impactam o setor e a vida de milhões de
pessoas?
A saúde pública
tem sido um dos principais campos de batalha na guerra contra as fake news, que
ganharam dimensão alarmante na pandemia da
Covid-19. De repente,
nos vimos em um mar de informações, muitas conflitantes, e com a população
ávida por respostas e soluções.
As fake news
na saúde não são um problema recente, mas a pandemia exacerbou seu impacto.
Durante o período, medicamentos
ineficazes foram
preconizados como cura para a Covid-19, gerando corrida às farmácias e
desabastecimento, afetando quem realmente precisava desses medicamentos para
tratar doenças crônicas.
Paralelamente,
surgiram questionamentos sem embasamento científico sobre as vacinas, nossa principal arma contra a doença. Isso resultou em hesitação e
recusa vacinal em parte da população, e a problemática se estendeu,
manifestando-se também em relação a outras doenças graves como meningite,
rubéola e difteria.
Mas, os
impactos das notícias falsas na saúde vão além da pandemia. Todos os dias,
informações incorretas sobre nutrição, exercícios físicos, medicamentos e
doenças circulam nas redes sociais, levando a comportamentos prejudiciais à
saúde e à desconfiança em relação aos profissionais da área.
O combate a
esse cenário pede uma ação conjunta entre governos, instituições de saúde,
universidades, mídia e toda a sociedade. Precisamos de políticas públicas
eficazes para a educação digital, capacitando as pessoas a identificar e
desconsiderar informações falsas. Além disso, é crucial que os profissionais da
saúde se engajem na disseminação de informações corretas e baseadas em
evidências.
A luta contra
as fake news é essencial para fortalecer a coesão social e democrática, a verdade e a saúde coletiva.
(*) Médico e gestor em saúde. Sócio da
Sobrames/CE
Fonte: Publicado In: O Povo, de 6/12/2023. Opinião. p.18.
Nenhum comentário:
Postar um comentário