Por Luiz
Gonzaga Fonseca Mota (*)
Em
09/11/1964 falecia a grande poeta brasileira Cecília Meireles. Quase seis
décadas do seu desaparecimento, ainda não surgiu no Brasil uma pessoa com
sentimento poético tão profundo. Nasceu na Tijuca, bairro de classe média do
Rio de Janeiro, três meses depois da morte do pai e, lamentavelmente, ficou
órfã aos três anos de idade quando faleceu sua mãe. Sua avó materna, D.
Jacinta, como tutora, cuidou da menina Cecília. Diplomou-se na Escola Normal em
1917, passando a exercer o magistério. Na juventude estudou história, línguas,
filosofia e manifestações orientais, dentre outros ramos do conhecimento. Seu
primeiro livro de versos, “Espectros”, foi publicado em 1919, quando ainda
contava 18 anos de idade, recebendo muitos elogios por parte da critica. A
partir de então, passou a escrever de forma intensa e ganhou prêmios,
condecorações e ficou famosa internacionalmente. Quando falamos de Cecília
Meireles, lembramo-nos de “Criança meu amor”; “Poema dos Poemas”; “Vaga Música”;
“Pequeno Oratório de Santa Clara”;
“Romanceiro da Inconfidência” e tantas outras obras. A poesia lírica de Cecília
é uma das mais perfeitas e bonitas
da literatura contemporânea. Traduzida para vários idiomas e musicada por
muitos compositores famosos. Em “Romanceiro
da Inconfidência”, acreditamos ser sua criação mais bela, vejamos: “Liberdade,
essa palavra que sonho humano alimenta que não há ninguém que explique e
ninguém que não entenda”. “Tudo me fala e entendo: escuto as rosas e os girassóis desses jardins, que um dia foram terras e areias dolorosas”.
Como são lindos os versos de Cecília
Meireles! Sua obra poética é, ainda hoje,
inigualável. Sempre revelou preocupação com os problemas sociais. Sua
poesia é considerada, pelos
críticos, intemporal, pois vivendo sob a influência do modernismo, mostra
aspectos do simbolismo e criações literárias do classicismo, do romantismo, do
parnasianismo, do realismo e também do surrealismo. Escreveu ainda em prosa,
abordando temas pedagógicos e folclóricos, como também acerca de sua infância,
suas viagens e crônicas diversas. Não
temos palavras para expressar a nossa grande admiração literária por
Cecília.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC.
Ex-governador do Ceará.
Fonte: Diário do Nordeste, 20/05/2022. Ideias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário