Por
Vladimir Spinelli Chagas (*)
A afirmação "fora da caridade não há salvação" - um dos
pilares da Doutrina Espírita -, traz-nos muitos pontos para reflexão, nesses
tempos de dificuldades de entendimento entre as pessoas.
A força dessa Doutrina se faz sentir ao remeter-nos ao sentimento
mais nobre que nos foi legado - o Amor que deve ser espalhado entre todos e não
apenas entre os que nos sejam mais próximos ou pelos quais devotemos mais
simpatia.
Caridade não pode ser vista como uma ação pontual, mas como uma
prática constante e dirigida a todos os que sofrem, independentemente de suas
condições sociais, crenças, origens ou razão da dor.
Uma outra assertiva que também me acompanha há anos foi
psicografada pelo médium Chico Xavier e casa perfeitamente com as questões do
Amor. Diz ela: "cada um é responsável pelo mal que advenha do bem que não
haja feito".
Aqui fica patente que é uma responsabilidade individual. Cada um de
nós precisa exercer um papel ativo na prática do bem, redundando o conjunto de
ações na construção de um mundo melhor para vivermos.
A mensagem enfatiza ainda, as consequências negativas de não se
fazer o bem. De fato, o mal pode ocorrer por ação ou omissão. Já o bem, este
exige uma ação, consciente ou inconsciente, para que seja praticado.
Ora, isso nos convida à proatividade na prática do bem. Não devemos
nos manter passivos, como se tudo dependesse de si mesmo e não de nossa direta
interferência naquilo em que podemos contribuir.
Ainda da assertiva, pode-se entender que a empatia deve ser
cultivada, também no intuito de, compreendendo o sofrimento alheio, atuar de
forma a poder atenuá-lo dentro das próprias limitações. Com isso, um outro
pilar na construção de um mundo melhor, a Justiça, será praticada.
Quanto a esses pilares do Espiritismo, peço que sejam objeto de um
momento de reflexão de cada um de nós, para darmos sentido ao Amor, celebrado
em todas as religiões e doutrinas, por ser o elo que une todos os seres
viventes.
Vamos agir pelo bem. Vamos praticar o verdadeiro Amor com o nosso
próximo, sendo misericordiosos e caridosos como prática constante. Tudo assim
ficará melhor.
(*) Professor aposentado
da Uece, membro da Academia Cearense de Administração (Acad) e conselheiro do
CRA-CE. Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Fortaleza.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 9/09/24. Opinião. p.18.
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