terça-feira, 15 de outubro de 2024

O IDEB E A EVOLUÇÃO DA APRENDIZAGEM

Por Estevão Rocha (*)

A educação brasileira tem procurado formas de se estruturar a fim de alcançar níveis consistentes de aprendizagem em sua população. É incontestável que os países com os melhores níveis educacionais têm obtido maiores resultados no desenvolvimento social e econômico de seus habitantes. Coréia do Sul, China, Singapura e os países escandinavos são exemplos disso. Nessa óptica, dificilmente, projetos atuais que aspirem a um forte impacto no desenvolvimento regional terão sucesso sem considerar a aprendizagem de conhecimentos significativos de qualquer população abrangida.

Um processo educacional de sucesso deve prover o ensino e a aprendizagem ao longo de grande parte da vida do cidadão, desde a mais tenra idade até a vida adulta. Pesquisadores da área, a exemplo de Martín e Ferrero, têm constatado que a evolução da aprendizagem do indivíduo tem forte influência dos conhecimentos prévios permanentes adquiridos em cada ciclo de formação educacional vivenciado por cada estudante.

A consistência dos conhecimentos adquiridos pode ser caracterizada em tipos de conhecimentos de aprendizagem de curto prazo ou de longo prazo. O processo adotado na formação educacional, que envolve metodologias, avaliações, motivação, entre outros recursos pedagógicos, impactará o tipo de conhecimento apreendido pelos estudantes.

Diante dos resultados do Ideb 2023, dividindo-se a estrutura da educação básica em três ciclos - ensino fundamental anos iniciais, ensino fundamental anos finais e ensino médio -, constatou-se que, embora o desempenho no segundo ciclo tenha diminuído em relação ao primeiro, ambos os ciclos da educação local obtiveram um resultado exemplar quando comparados com outros estados. No terceiro ciclo, o do ensino médio, percebe-se nova redução no desempenho dos estudantes.

Neste cenário, é possível detectar que os recursos pedagógicos aplicados no ensino fundamental possibilitaram melhor eficiência na aprendizagem. Contudo, é importante que os estudantes do ensino médio alcancem níveis de conhecimento com foco em aprendizagem de longo prazo. Dessa forma, conseguindo-se a permanência dos conhecimentos prévios adquiridos, há de se conseguir aumentar o nível da formação dos futuros profissionais nos ciclos de aprendizagem no percurso formativo do ensino superior. Boas propostas educacionais podem conseguir.

(*) Educador e diretor do Colégio Christus.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 13/09/24. Opinião, p.22.

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