Por Vladimir Spinelli Chagas (*)
“E
aprendi, em cada um deles, a importar-me um pouco mais com o outro. Ainda é
pouco. Preciso de mais", escrevia no meu último artigo no O POVO,
referindo-me aos pensamentos negativos provocados por experiências que
consideramos não exitosas, contudo, realmente, foram fontes de novas
experiência e aprendizado.
Quando
recebi o convite para escrever mais um artigo, fiz uma reflexão sobre os
demais, recordando que falei sobre a Uece, a Acad, o CRA-CE, as empresas
juniores, a grande Elzenir Colares, e especialmente sobre um tema que me é
muito caro: a tolerância.
O
primeiro momento foi no artigo de abertura, publicado em 3 de fevereiro de
2020, abordando a intolerância vivida no Brasil, quando os embates passaram a
atropelar os debates, em um triste clima de pura beligerância. Destaco esse
trecho: "O Reino da Tolerância, leitor, virá quando eu e você pararmos
para refletir sobre o que estamos fazendo para que esse estado de coisas
mude... ou se agrave".
No
artigo de 6 de abril, sobre a Covid-19 e a batalha Economia versus Saúde,
alimentada por muitos, lembrei que "uma convivência saudável e centrada no
real inimigo, deixando de lado as brigas ideológicas ou partidárias"
traria melhores condições de solução. A palavra-chave era, novamente, a tolerância.
No
artigo seguinte, de 4 de maio, comentei sobre dois termos que, mais uma vez,
dividiam opiniões, no caso o isolamento versus o distanciamento social, e
considerei que o distanciamento, se bem empregado por nós, poderia proporcionar
uma revisão de conceitos de certo e errado e nossa reação no futuro poderia ser
diferente, de mais tolerância, quem sabe.
Óbvio
que eu não tinha a petulância de mudar o mundo. E ele não mudou.
Lamentavelmente, muitos continuamos a nos ater às discussões estéreis entre nosso
ponto de vista e o que diz o outro, sempre buscando desconstruir o pensamento
alheio em tudo aquilo que não se coadune com o nosso próprio pensar ou aquilo
que a nós parece mais apropriado explorar.
Tolerância,
mesmo que utópica, continua sendo uma ideia que defendo com veemência. E uma
reflexão que proponho mais uma vez.
(*) Professor
da Uece, membro da Academia Cearense de Administração (Acad) e conselheiro do
CRA-CE.
Fonte: Publicado In: O Povo, Opinião, de 1/2/21. p.18.
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